Villas-Boas acusa Varandas de "hipocrisia" nas análises às arbitragens
O presidente do FC Porto, André Villas-Boas, acusou hoje o seu homólogo do Sporting de "hipocrisia" e "memória seletiva", em resposta às declarações de Frederico Varandas após o encontro frente ao Vitória de Guimarães, disputado na terça-feira.
Em editorial da última edição da revista Dragões, o líder 'azul e branco' afirmou que o presidente sportinguista assumiu o penálti assinalado contra o Santa Clara, nos oitavos de final da Taça de Portugal, para escamotear outras situações em que os 'leões' terão, no seu entender, saído beneficiados.
"O presidente do Sporting teve mais uma das suas habituais tiradas, plenas de hipocrisia e de memória seletiva sobre a história do futebol português. Assumindo que foi beneficiado nos Açores, por duas vezes, decidiu discretamente ignorar todos os outros episódios em que, por mero infortúnio, o seu clube beneficiou de erros que, na sua opinião, podem acontecer em qualquer campo", pode ler-se.
Em intervenção aos jornalistas, no Estádio D. Afonso Henriques, após vitória 'leonina' por 4-1, no jogo da 15.ª jornada da I Liga, Frederico Varandas referiu que "as pessoas não estão habituadas ao erro natural a favor do Sporting".
Segundo o presidente do Sporting, a arbitragem em Portugal é independente desde que José Fontelas Gomes, o antecessor de Luciano Gonçalves na presidência do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), assumiu o cargo em 2016.
O dirigente portista deixou fortes críticas à arbitragem do encontro nos Açores, nomeadamente à utilização do videoárbitro, e também à conduta do capitão do Sporting, Morten Hjulmand, jogador que sofreu a grande penalidade convertida por Suárez, que permitiu aos 'verdes e brancos' fazerem o 2-2 aos 90+16 minutos e vencerem no prolongamento (3-2).
"Os 12 minutos de falha do VAR e a decisão incompreensível tomada de seguida deveriam ser suficientes para uma revolução e uma auditoria profunda à tecnologia VAR e aos critérios de decisão arbitral adotados esta época, mas também deveriam ter sido suficientes para fazer refletir o capitão do Sporting [Hjulmand] e levá-lo a admitir que é feio cair na área e ganhar indevidamente um penálti", avaliou.
André Villas-Boas elogiou o percurso de Farioli, rejeitando a perspetiva de que o cenário vivido pelo italiano no Ajax, na última época, em que perdeu a vantagem pontual no campeonato neerlandês a partir das últimas jornadas, se repita.
"A aposta em Francesco Farioli não é um capricho nem um gesto para dizer que 'fizemos algo diferente'. É um projeto de método, exigência e coragem. Coragem para propor uma ideia de jogo e assumi-la; coragem para ajustar sem renegar; coragem para trabalhar no detalhe quando a tentação é simplificar; e coragem para não confundir um episódio com uma biografia inteira", salientou.
Na mensagem do presidente do FC Porto, houve ainda espaço para uma menção à contratação do defesa internacional brasileiro Thiago Silva, que chega em janeiro de 2026, depois de ter findado contrato com o Fluminense.
"O jogador, cuja história começou aqui, regressa ao nosso clube 20 anos depois, como lenda em que se tornou. Tocou o topo do futebol mundial como um líder admirado, dentro e fora de campo, e inspirou milhões ao transformar uma adversidade cruel numa história de superação e grandeza", congratulou.
O FC Porto, líder isolado da I Liga, com 43 pontos, mais cinco do que o segundo classificado Sporting, regressa à competição na próxima segunda-feira para defrontar, no Estádio do Dragão, o 'lanterna-vermelha' AVS, que apenas regista quatro pontos.