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Departamento de Justiça diz que Trump não teve a ver com desaparecimento de 16 ficheiros do caso Epstein

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O Departamento de Justiça dos Estados Unidos (EUA) afirmou hoje que o Presidente Donald Trump "não tem nada a ver" com a remoção de ficheiros relacionados com o caso Jeffrey Epstein.

Pelo menos 16 ficheiros desapareceram no sábado do portal do Departamento de Justiça onde estão os documentos relacionados com Jeffrey Epstein, incluindo uma fotografia de Donald Trump.

O desaparecimento dos ficheiros aconteceu menos de um dia depois de terem sido publicados e sem uma justificação por parte do Governo e sem que a ação tivesse sido comunicada.

O Presidente não está envolvido na decisão de remover mais de uma dúzia de imagens dos milhares de páginas publicadas na sexta-feira sobre o magnata falecido, disse o procurador-geral adjunto Todd Blanche, que afirmou que a decisão foi tomada em resposta aos pedidos das organizações de vítimas.

"Depois de termos publicado as fotografias, soubemos que havia preocupações sobre a identidade destas mulheres e sobre o facto de termos divulgado as fotografias, por isso retirámo-las. Isto não tem nada a ver com o Presidente Trump. Dezenas de fotografias do Presidente Trump com o senhor Epstein já foram divulgadas", disse à cadeia de televisão NBC.

Todd Blanghe acrescentou que "a ideia de que uma única foto foi removida porque o Presidente Trump aparece nela é absurda".

Entre os documentos apagados no sábado estava a imagem de uma secretária com fotos emolduradas de figuras proeminentes associadas a Epstein, um conhecido financeiro acusado de tráfico sexual e com acesso privilegiado a personalidades importantes dos EUA, que se suicidou em 2019.

Na fotografia eram também visíveis várias fotos de Donald Trump com mulheres em fato de banho, numa gaveta aberta, segundo a NBC.

Outras imagens que terão sido apagadas incluíam obras de arte com conteúdo sexual explícito, fotografias de caixas de correio cheias de envelopes e uma página de um caderno contendo nomes e números.

A amizade entre Donald Trump e Jeffrey Epstein tem sido alvo de escrutínio, sobretudo por parte dos opositores do Presidente republicano, que afirma ter cortado relações com o antigo amigo e aliado em 2004, antes de Epstein ser acusado pela primeira vez de abusar sexualmente e explorar menores.

Todd Blanche acrescentou que, assim que atenderem aos pedidos das vítimas, os ficheiros serão republicados e defendeu o trabalho do Departamento de Justiça contra as críticas pela divulgação de dezenas de páginas com excertos censurados, documentos divulgados em conformidade com uma lei de transparência aprovada pelo Congresso e sancionada por Trump.

"Se precisarmos de ocultar rostos ou outras informações, faremos isso e depois republicaremos o documento. Desta forma, estamos a cumprir a lei, que, aliás, é o que o Presidente Trump nos tem pedido para fazer desde antes de ser eleito. Ele não tem nada a esconder nos arquivos de Epstein", afirmou.

Todd Blanche alertou ainda que a razão pela qual o Departamento de Justiça ainda está a analisar os documentos e espaçou a sua divulgação, em vez de os divulgar todos de uma vez na sexta-feira, como estipulado, é "simplesmente para proteger as vítimas".

Vários senadores e congressistas, incluindo Dick Durbin, o principal democrata na Comissão Judiciária do Senado, afirmam que o seu partido "investigará esta violação da lei e assegurará que o povo norte-americano sabe disso".