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Perfil do candidato presidencial Manuel João Vieira, entre o irracional e o sério a expor "o absurdo da política"

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O músico e artista plástico Manuel João Vieira anunciou pela quinta vez a candidatura à Presidência da República, com as habituais propostas surrealistas para expor o "absurdo da política", e justificou a decisão com o "crescimento do fascismo".

Figura conhecida do entretenimento há várias décadas, nasceu em 1962, em Lisboa, estudou Ilustração na Fundação Calouste Gulbenkian e licenciou-se na Faculdade de Belas Artes de Lisboa em 1988, seguindo o exemplo do pai, o pintor João Rodrigues Vieira.

O músico, pintor e professor foi líder dos Ena Pá 2000, banda caracterizada pelo humor absurdo ('nonsense') e por vezes pornográfico das suas letras, bem como dos Corações de Atum e dos Irmãos Catita, tendo criado e representado várias personagens em palco, como Lello Universal, Lello Minsk, Lello Marmelo, Élvis Ramalho, Orgasmo Carlos, Catita, entre outros.

Em 2008, Filipe Melo e João Leitão criaram uma série de seis episódios inspirada no mundo e nas personagens inventadas por Manuel João Vieira, intitulada "Um Mundo Catita".

Entre o absurdo e o sério, nota-se-lhe a crítica além do 'nonsense', tendo defendido na sua última candidatura à Presidência que a política e a arte deviam estar mais unidas e que é preciso desconstruir "as frases absurdas da política".

Insistindo na promessa de "só desistir se for eleito", entre as propostas que apresenta - umas novas, outras repetidas de candidaturas anteriores -- Vieira promete vinho canalizado em todas as casas e fontes de bagaço nas ruas, patinadoras russas para todos os homens, dançarinos cubanos para todas as mulheres e um Ferrari para cada português.

Relativamente à imigração, um dos alvos do discurso da extrema-direita, Manuel João Vieira propõe tratamentos para clarear a pele das pessoas mais escuras e escurecer a das pessoas mais claras, para uniformizar o tom de pele de todos os que vivem em Portugal.

A sua candidatura, "Candidato Vieira", reuniu 12.500 assinaturas entregues no Tribunal Constitucional, um número acima do mínimo exigido de 7.500.

Manuel João Vieira tinha já anunciado candidaturas às eleições presidenciais de 2001, 2006, 2011 e 2016.