Investigação de Irina Andrusko sobre a 'Lã de Madeira' é finalista do Prémio Nacional do Artesanato 2025
A investigação "Onde a Lã Vive", da autoria de Irina Andrusko e integrada na coleção Cadernos de Campo do Museu Etnográfico da Madeira, "é uma das cinco selecionadas a nível nacional para o Prémio Nacional do Artesanato 2025, na categoria Prémio Investigação, sendo a única representante da Região Autónoma da Madeira nesta edição do prémio", informa uma nota divulgada hoje.
"O Prémio Nacional do Artesanato é promovido pelo IEFP – Instituto do Emprego e da Formação Profissional, em parceria com o CEARTE – Centro de Formação Profissional para o Artesanato e Património, distinguindo anualmente projetos que se destacam pela qualidade, rigor e contributo para a valorização do artesanato português. A categoria Prémio Investigação reconhece trabalhos de investigação aplicada que aprofundam o conhecimento sobre práticas artesanais, matérias-primas, contextos sociais e processos de transmissão de saberes", explica a nota.
Sobre a investigação "Onde a Lã Vive", conta que esta "resulta de um trabalho de campo aprofundado desenvolvido na Região Autónoma da Madeira, centrado na observação, documentação e análise das práticas e dos saberes associados à lã, desde a criação ovina aos processos de transformação artesanal. O estudo cruza recolha etnográfica, entrevistas, observação participante e registo de técnicas tradicionais, procurando compreender a permanência, as ruturas e as adaptações destes saberes no contexto contemporâneo. A investigação aborda a lã não apenas enquanto matéria-prima, mas também enquanto elemento social, económico e cultural, contribuindo para a valorização do património cultural imaterial ligado à lã na Madeira e para a sua leitura no quadro da produção artesanal contemporânea. A investigação contou ainda com contributos de Rosa Pomar e Luz Ornelas", acrescenta.
Assim, "no âmbito deste trabalho, esteve igualmente patente no Museu Etnográfico da Madeira a exposição homónima, que apresentou ao público os resultados da investigação através de objetos, registos documentais, materiais audiovisuais e peças resultantes de processos artesanais, funcionando como espaço de mediação entre investigação, património e público", frisa.
O projeto "Onde a Lã Vive" contou com "o financiamento da Secretaria Regional de Turismo, Ambiente e Cultura, enquadrando-se nas políticas públicas de valorização do património cultural e dos saberes tradicionais da Região Autónoma da Madeira. O Caderno de Campo Onde a Lã Vive encontra-se disponível para aquisição na Direção Regional da Cultura e no Museu Etnográfico da Madeira", revela para interessados em conhecer melhor.
Irina Andrusko "tem vindo a desenvolver um trabalho continuado de investigação, documentação e experimentação em torno da lã regional, articulando pesquisa etnográfica, prática artesanal e projetos de valorização cultural. É fundadora e integrante do Coletivo Enfia o Barrete, no âmbito do qual tem vindo a desenvolver grande parte do seu trabalho com a lã da Madeira, em colaboração com artesãos, criadores e instituições culturais. O seu percurso assenta num trabalho de campo prolongado e numa abordagem que cruza investigação, produção artesanal contemporânea e ação pedagógica, contribuindo para a reflexão e valorização dos saberes associados à lã enquanto património vivo", refere sobre a artista.
Se quiser ajudar a garantir a distinção, "o período de votação do público, através da Internet, decorrerá entre as 09h00 deste dia 19 de Dezembro e as 24h00 de 11 de Janeiro de 2026. A votação é realizada online, através do formulário disponibilizado pelo IEFP, acessível em: https://formularios.iefp.pt/index.php/574439?lang=pt. A esta fase seguir-se-á a votação do júri, que irá eleger a candidatura vencedora e premiada em cada categoria", conclui.