Catarina Martins defende nova geração de políticas de prevenção da violência doméstica
A candidata presidencial Catarina Martins afirmou hoje que Portugal precisa de uma nova geração de políticas de prevenção da violência doméstica, defendendo que este é um dos maiores problemas de segurança no país.
Catarina Martins falava aos jornalistas, no Funchal, após ter reunido com responsáveis da Associação Presença Feminina, que dá apoio a vítimas de violência doméstica, destacando o "trabalho valioso" que ali é feito.
A candidata apontou que "a violência contra as mulheres e a violência doméstica continuam a ser um dos maiores problemas de segurança no país", mas ressalvou que "é possível sair dessas relações" e salientou o trabalho que é feito por diversas associações.
"Temos de aprender com essa experiência de quem foi capaz de sair da situação e teve apoio. E dizer também que nós, em Portugal, precisamos de uma nova geração de políticas contra a violência, de prevenção da violência", defendeu.
"Porque nós precisamos de apoiar as vítimas, mas, sobretudo, nós precisamos que não haja vítimas nem agressores, nós precisamos que a violência acabe", acrescentou a candidata apoiada pelo BE, que está a realizar uma visita de um dia à Madeira.
Catarina Martins reconheceu que um Presidente da República não legisla nem governa, mas vincou que pode "lançar os debates de outra forma".
"E eu proponho a lançar o debate sobre como é que acabamos com a violência dentro de casa, sendo capaz de uma nova política de prevenção com educação em todas as idades", declarou.
"Porque Portugal não pode resignar-se a que haja vítimas e agressores dentro de casa. Nós precisamos mesmo de mudar a nossa sociedade", reforçou, referindo que "há poucas coisas mais terríveis do que saber que, para muitas pessoas, estar em casa é o maior perigo".
Questionada, por outro lado, sobre o papel da inteligência artificial (IA) na discriminação das mulheres e de outros grupos minoritários, Catarina Martins afirmou que tem de haver regulação, uma vez que a IA "aprende com os padrões que encontra".
"Nós não podemos andar para trás. [...] As pessoas têm que ter a dignidade igual, toda a gente merece ser tratada com dignidade, toda a gente. E esse trabalho contra a discriminação não pode agora ficar em causa por uma inteligência artificial que aprende com o pior do mundo digital", sublinhou.