Oh TAP, porque nos abandonas?
Com mais um natal à porta, com ele regressa o drama de sempre para tantas famílias madeirenses, os preços das passagens aéreas.
Este ano, a polémica reacendeu-se com a proposta de uma taxa adicional para os voos na época natalícia, uma medida que, além de injusta, soava quase a crueldade quando pensamos na importância que esta época tem para a Madeira e para os madeirenses espalhados pelo país e pelo mundo. É sempre lembrada com o regresso dos “nossos” jovens à ilha.
A TAP, que tantas vezes se apresenta como a “companhia de bandeira” e símbolo de união nacional, parecia esquecer-se de que as regiões autónomas são
parte integrante de Portugal, e não só um destino turístico de luxo reservado a quem pode pagar. O recado da TAP parece claro, e o lucro fala mais alto do que o coração.
Fala-se tanto de “continuidade territorial”, mas quando chega o Natal, essa continuidade transforma-se numa barreira de euros, numa dor de cabeça e numa fronteira invisível que separa famílias, amores e memórias.
Para muitos jovens que estudam ou trabalham fora da Madeira, regressar a casa no Natal é mais do que uma viagem, é aquele reencontro com as raízes, com a família e com as tradições que nos definem.
Os nossos cheiros, os bolos, os cantares , os abraços e a confraternização.
No entanto os preços das passagens, já normalmente altos, tornam-se proibitivos nessa altura, apesar do apoio do governo regional. A ideia de uma taxa na época do natal, parecia, por isso, um golpe final e certeiro no elo que ainda liga tantos madeirenses à sua terra.
Felizmente, a TAP recuou, ainda bem que desistiram da taxa, este ano respiramos de alívio, mas até quando?
No entanto, a meu ver, seria um erro acreditar que o problema está resolvido.
Oh TAP, não desistam de quem vos procura, dos que regressam por amor e dos que nos visitam pelos laços que unem esta ilha ao resto do país e do mundo.
O Natal é o tempo da solidariedade, da partilha e da família, estes são valores que deviam estar também no vosso plano de voo.