Albuquerque diz que a “tensão está muito elevada” na Venezuela
Presidente do Governo Regional compreende a decisão das companhias aéreas que suspenderam os voos por razões de segurança
O presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, pediu atenção aos desenvolvimentos na Venezuela onde a Madeira tem uma grande comunidade emigrante e garante que está a acompanhar a “tensão muito elevada” vivida por estes dias, sobretudo depois da suspensão de grande parte das ligações aéreas para Caracas.
“Neste momento, como sabem, aquela zona do Caribe tem um espaço de exclusão aérea. Essa exclusão foi determinada, penso pelo governo americano, dada a situação de grande tensão que neste momento se está a viver sobretudo entre a Venezuela e os Estados Unidos”, declarou o chefe do executivo madeirense que diz compreender a decisão das companhias que teve por base “razões de segurança e de operacionalidade”.
Também hoje, o ministro dos Negócios Estrangeiros afirmou que "seria totalmente irresponsável" a TAP ter continuado a voar para a Venezuela depois do alerta de segurança, dizendo não haver, até ao momento, qualquer pedido urgente para sair do país.
Paulo Rangel diz que seria irresponsável" TAP voar para Venezuela e considera reacção desproporcionada
O ministro dos Negócios Estrangeiros afirmou hoje que "seria totalmente irresponsável" a TAP ter continuado a voar para a Venezuela depois do alerta de segurança, dizendo não haver, até ao momento, qualquer pedido urgente para sair do país.
A TAP disse hoje que a falta de condições de segurança, impostas pelos seus padrões internos e pelo regulador, não permite voar para a Venezuela de momento, garantindo que quer continuar a servir a diáspora naquela região.
"A TAP voa há quase 50 anos para a Venezuela e quer continuar a servir a comunidade e a diáspora nacional naquela região. Todavia, não o pode fazer de momento por falta de condições de segurança, impostas tanto pelos seus standards internos, como pela ANAC [Autoridade Nacional da Aviação Civil]", afirmou a companhia aérea, em resposta escrita enviada à Lusa.
TAP diz que padrões de segurança internos e do regulador impedem voos para Venezuela
A TAP disse hoje que a falta de condições de segurança, impostas pelos seus padrões internos e pelo regulador, não permite voar para a Venezuela de momento, garantindo que quer continuar a servir a diáspora naquela região.
A comunidade madeirense vive com normalidade mas está a ressentir-se dos constrangimentos da suspensão das ligações aéreas, na sequência da tensão política na Venezuela perante a ‘guerra’ norte-americana contra o narcotráfico do Mar das Caraíbas e as ameaças de Donald Trump ao regime de Nicolas Maduro. A impossibilidade de planear o reagrupamento familiar e de cumprir a tradição de voltar à Madeira no Natal é mesmo o maior constrangimento sentido pelos emigrantes, conforme o DIÁRIO noticia na edição impressa desta quinta-feira.
Questionado pelos jornalistas à margem da visita ao espaço ‘Lugar das Vivências I’, junto ao Centro de Dia de Santa Maria Maior, no Funchal, Miguel Albuquerque admite que a situação é tensa e incerta.
“Não sei, nem ninguém sabe o que é que vai acontecer. Neste momento a tensão está muito elevada e temos de levar em linha de conta que é preciso termos uma grande atenção, sobretudo a um país como a Venezuela, onde temos uma comunidade muito importante”. Miguel Albuquerque
"A nossa comunidade está calma"
O presidente do Governo da Madeira adiantou que tem se mantido informado através do director regional das Comunidades e Cooperação Externa, assim como com o meu chefe de gabinete que esteve na última semana na Venezuela. “A nossa comunidade está calma, não há nenhum problema do ponto de vista político, nem há envolvimento político da nossa comunidade nesta situação”, constata.
“A questão é fundamentalmente política e de tensão geopolítica e, como tal, temos que guardar a evolução dos acontecimentos”, acrescentou.
Ao DIÁRIO, o director regional das Comunidades, Sancho Gomes, deixa uma mensagem de tranquilidade e de proximidade aos madeirenses radicados na Venezuela. “Sabemos que estão algo expectantes e compreendemos as contrariedades que estes constrangimentos podem causar às suas vidas”, referiu.
Prometeu empenho para apoiar em tudo o que estiver ao alcance das instituições do Governo Regional e sempre de forma responsável e coordenada. “A nossa comunidade na Venezuela é uma extensão vida da nossa Região, contem connosco com serenidade, com sentimento de responsabilidade e com o compromisso de estarmos sempre ao vosso lado”, transmitiu.
Quem já se manifestou contra a suspensão das ligações aéreas foi o Grupo Parlamentar do PS-M que entregou, esta quinta-feira, na Assembleia Legislativa da Madeira, um voto de protesto contra a revogação, pelo Governo de Nicolás Maduro, das licenças de voo da TAP para a Venezuela.
PS-Madeira protesta contra revogação de licenças da TAP para a Venezuela
O Grupo Parlamentar do PS-M entregou, esta quinta-feira, na Assembleia Legislativa da Madeira, um voto de protesto contra a revogação, pelo Governo de Nicolás Maduro, das licenças de voo da TAP para a Venezuela.