"952 golos não apagam a humanidade perdida"
Médico e escritor, Gustavo Carona, tece duras críticas às atitudes de Cristiano Ronaldo
O médico e escritor Gustavo Carona, reconhecido pelo seu trabalho humanitário e recordado como um dos símbolos da linha da frente durante a pandemia de covid-19, teceu duras críticas a Cristiano Ronaldo, na sequência da sua expulsão no jogo frente à Irlanda, na quinta e penúltima jornada do Grupo F da qualificação europeia para o Mundial 2026.
"Mais grave do que uma agressão violenta e totalmente desnecessária é depois estar convencido que nada fez, bater palmas irónicas ao árbitro, não pedir desculpa ao jogador que agrediu, e ainda se ir "picar" com bocas com o treinador da Irlanda", pode ler-se na publicação feita nas suas redes sociais.
952 golos não apagam a humanidade perdida de CR7 (...) Que vergonha CR7 não ter aprendido que a humildade é a maior das inteligências e riquezas do ser humano. Gustavo Carona
Na mensagem que já conta com diversos comentários, Gustavo Carona compara mesmo o futebolista madeirense ao presidente do Estados Unidos da América, Donald Trump, argumentando que ambos exibem "narcisismo patológico", "ostentação", "materialismo imensuráveis" e uma percepção de que estão acima das regras. "Uma superioridade desumana ao ponto que acham que as leis não só não se aplicam a eles, como são eles que as fazem como e quando querem", frisa.
Para o médico, o comportamento público e mediático de Ronaldo, incluindo a recente entrevista a Piers Morgan, representa "um péssimo exemplo" para jovens e adultos que o admiram. Pais e treinadores, defende, deveriam mostrar às crianças que o carácter a seguir é "o oposto do que CR7 demonstra neste momento".
Cristiano Ronaldo dispensado dos trabalhos da selecção
O futebolista internacional português Cristiano Ronaldo foi hoje dispensado dos trabalhos da seleção, depois de ter sido expulso na quinta-feira no jogo com a Irlanda e estar, assim, impedido de competir no embate com a Arménia.
"Ídolos são homens e mulheres que lutam por um mundo melhor, não são pessoas que querem ser donos do mundo como Trump e CR7, inebriados pelo poder e Zeros nas contas bancárias e bens que já não conseguem contar", refere.
Não obstante, o médico afirma que "é mentira" que o jogador, de 40 anos, tenha imensos actos de solidariedade. "Se o quisesse fazer, faria uma Fundação CR7, e ajudaria a lutar contra a fome no mundo, a falta de cuidados de saúde em países pobres, as alterações climáticas que são o maior desafio para a humanidade onde e ele e os seus filhos se incluem... Mas nunca fez nada disso, nunca teve a coragem para dizer uma palavra sobre a Palestina...", sublinha, reforçando que "actos isolados de ajuda aqui e ali" não configuram ajuda humanitária. "Para um bilionário é caridadezinha", conclui,