A arte de ser livre em tempos de amarras invisíveis
Ser livre nunca foi apenas uma questão de abrir portas ou derrubar muros. A liberdade exige coragem, discernimento e consciência. O 25 de Abril devolveu ao povo português a possibilidade de sonhar e escolher o seu destino, e o 25 de Novembro assegurou que esse sonho não se perdesse em extremos que poderiam aprisioná-lo de novo.
Mas a liberdade não é estática. Hoje, as amarras já não são cadeias visíveis, nem decretos de censura, mas pressões subtis que se escondem no excesso de informação, na manipulação das narrativas, na uniformização do pensamento e na indiferença que nos anestesia. São amarras invisíveis que pedem uma nova arte: a arte de ser livre na consciência crítica, na responsabilidade de participar, na capacidade de dizer não ao que nos aliena e sim ao que nos humaniza.
A verdadeira liberdade não é só um direito conquistado — é um exercício diário. Cabe a cada geração reinventá-la, defendê-la e vivê-la. Porque só é livre quem não abdica de pensar, de sentir e de agir com dignidade e responsabilidade.
Tenho dito!
José Augusto de Sousa Martins