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Cerca de 25 mil pessoas fogem a ataques dos paramilitares no centro

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Pelo menos 24.000 pessoas fugiram de várias localidades do estado do Cordofão do Norte, no centro-oeste do Sudão, face aos avanços do grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF), anunciou ontem a Organização Internacional para as Migrações (OIM).

As equipas de campo da OIM estimaram que "entre 24.075 e 26.575 pessoas foram deslocadas de várias localidades" do Cordofão do Norte "devido ao aumento da insegurança", disse a agência das Nações Unidas, num relatório da situação.

"Isso incluiu entre 22.500 e 25.000 pessoas deslocadas da cidade de Um Dam Haj Ahmed e 1.575 pessoas deslocadas da aldeia de Al Kuwaymat", de acordo com a nota, seguindo-se a uma série de outras deslocações da população nos municípios de Al Rahad, Bara e Um Rawaba, no mesmo estado do Sudão.

A OIM antecipou "um maior movimento em direção à localidade de Omdurman", no estado capital de Cartum, e em direção ao município de Al Diwaim, na região do Nilo Branco, ambos nas mãos do exército sudanês.

A Rede de Médicos do Sudão denunciou na segunda-feira que pelo menos 27 pessoas morreram em ataques atribuídos às RSF em Bara, em ataques das RSF.

Segundo esta ONG, os paramilitares realizaram "execuções sumárias (extrajudiciais), saqueando propriedades e sequestrando cidadãos desde que tomaram a cidade, numa tentativa de semear o terror entre a população".

Bara, cidade estratégica do Cordofão do Norte, foi tomada pelas FAR no sábado passado, após fortes confrontos com o Exército, e na segunda-feira também tomaram outra localidade do estado, Um Dam Haj Ahmed, detalharam os paramilitares num comunicado.

A guerra civil no Sudão, iniciada em abril de 2023, causou dezenas de milhares de mortes, obrigou mais de 13 milhões de pessoas a fugirem das suas casas e transformou o país no cenário da pior crise humanitária do mundo, e metade da população enfrenta uma grave insegurança alimentar, segundo a ONU.