Ataque israelita mata comandante do Hezbollah no sul do Líbano
Também hoje, Israel atacou miliciano da Jihad Islâmica em Gaza
O exército israelita anunciou hoje a morte de um comandante da força de elite Radwan, do Hezbollah pró-iraniano, num novo ataque no sul do Líbano, apesar do cessar-fogo em vigor com o grupo armado.
A vítima foi identificada como Zayn al-Abidin Hussein Fatouni, comandante da unidade antitanque da força Radwan, que, segundo comunicado do exército israelita, "participava nos esforços para restabelecer a infraestrutura terrorista do Hezbollah no sul do Líbano", perto da fronteira com Israel.
O Ministério da Saúde libanês limitou-se a confirmar a morte de uma pessoa num ataque israelita a um veículo na região de Nabatiye, no sul do país, que causou também um ferido, sem fornecer mais detalhes sobre a identidade da vítima mortal.
Um drone israelita terá disparado um projétil contra um veículo perto da Escola Haruf, em Sekrane, matando uma pessoa, segundo o jornal libanês L'Orient-Le Jour.
O veículo pegou fogo com o impacto e os serviços de emergência responderam enviando ambulâncias para o local. A agência de notícias oficial libanesa, NNA, também reportou o ataque, especificando que ocorreu por volta das 12:30 locais (10:30 em Lisboa).
O ataque aconteceu perto da casa de Abbas Karki, membro da milícia xiita libanesa Hezbollah, que morreu na sexta-feira noutra investida israelita.
Segundo Israel, Abbas Karki era responsável pelas operações logísticas do Hezbollah no sul do Líbano.
Apesar do cessar-fogo que pôs fim à guerra entre Israel e o Hezbollah em novembro de 2024, o exército israelita continua a realizar ataques regulares no Líbano, afirmando ter como alvo o movimento islamista para o impedir de reconstruir as suas infraestruturas.
Israel continua também a ocupar cinco pontos no território do sul do Líbano, embora o acordo de cessar-fogo preveja a sua retirada.
"Ataque preciso" em Gaza
O exército israelita reivindicou hoje "um ataque preciso" levado a cabo no centro da Faixa de Gaza contra um miliciano da organização terrorista Jihad Islâmica.
Segundo as Forças de Defesa de Israel, este miliciano "planeava perpetrar um ataque terrorista iminente contra as tropas" israelitas, embora sem apresentar provas.
O ataque ocorreu na zona de Nuseirat, a oeste da chamada "linha amarela", uma área da qual as tropas israelitas se retiraram como parte do acordo de cessar-fogo com os islamitas do Hamase onde a população de Gaza pode permanecer.
"As tropas do Exército do Comando Sul estão destacadas na zona, em conformidade com o acordo de cessar-fogo, e continuarão a operar para eliminar qualquer ameaça imediata", conclui o comunicado do Exército.
Hoje, completam-se 15 dias desde que o cessar-fogo entrou em vigor em Gaza. Nestas duas semanas, Israel matou mais de 90 pessoas e feriu mais de 300 em novos ataques registados, de acordo com os últimos números do Ministério da Saúde do enclave.
O cessar-fogo visa por fim a dois anos de guerra em Gaza, desencadeada pelos ataques a Israel, liderados pelo Hamas em 07 de outubro de 2023, que causaram cerca de 1.200 mortos e 251 reféns.
A retaliação de Israel já provocou mais de 68 mil mortos e cerca de 170.000 feridos, a maioria civis, de acordo com dados do ministério da Saúde de Gaza (tutelado pelo Hamas), que a ONU considera credíveis.