Egito pede a Israel e Hamas que cumpram obrigações do cessar-fogo
O Egito, principal mediador entre Israel e o Hamas, exigiu hoje que ambos cumpram as suas obrigações no acordo assinado em 10 de outubro na cidade de Sharm el-Sheikh, que determinou o cessar-fogo na Faixa de Gaza.
De acordo com um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros egípcio, o responsável pela diplomacia egípcia, Badr Abdelaty, "enfatizou a importância crucial do compromisso de ambas as partes com o acordo de Sharm el-Sheikh para o cessar-fogo em Gaza".
Abdelaty "sublinhou ainda que o respeito pelo acordo representa um passo fundamental para consolidar o cessar-fogo, terminar definitivamente a guerra e reduzir o sofrimento humanitário na Faixa de Gaza".
O ministro egípcio - cujo país foi um dos mediadores do acordo assinado na cidade egípcia de Sharm el-Sheikh, juntamente com os Estados Unidos, Qatar e Turquia - fez este apelo durante uma conversa telefónica separada com os seus homólogos francês, Jean-Noël Barrot, e dinamarquês, Lars Løkke Rasmussen, com quem "discutiu os rápidos acontecimentos em Gaza e a necessidade de apoiar a segurança e a estabilidade na região".
Israel bombardeou vários locais em Gaza no domingo, matando dezenas de pessoas, em resposta ao que interpretou como uma violação do acordo por parte do Hamas, uma semana depois da entrada em vigor do cessar-fogo mediado pela Administração do Presidente norte-americano, Donald Trump.
Os bombardeamentos ocorreram após confrontos na manhã de domingo na zona de Rafah, localizada no sul de Gaza e controlada pelo Exército israelita, em que morreram dois soldados israelitas.
Após estes confrontos, Israel alegou ter "retomado a aplicação do cessar-fogo", enquanto Trump afirmou que a trégua "continua em vigor".
De acordo com o comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros egípcio, Abdelaty "sublinhou ainda a necessidade de a Faixa de Gaza ter pleno acesso a ajuda humanitária e de emergência".
A entrada de camiões de ajuda humanitária do Egito em Gaza através de passagens supervisionadas por Israel foi temporariamente suspensa devido aos bombardeamentos israelitas no sul do enclave palestiniano, mas foi retomada na manhã de hoje.