Início dos trabalhos de reposição eléctrica em Zaporijia
O plano de reposição, após falha recorde de quase quatro semanas, o fornecimento de energia elétrica à central nuclear ucraniana de Zaporijia começou hoje a ser aplicado após um cessar-fogo local, anunciou a ONU.
"Começaram os trabalhos para reparar as linhas elétricas" em torno do local, escreveu o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), Rafael Grossi, na rede social X.
O início das reparações foi anunciado na quarta-feira pela agência sediada em Viena, na Áustria, numa tentativa de pressionar uma "situação insustentável".
A maior central nuclear da Europa está ocupada desde março de 2022 pelas forças russas.
A 23 de setembro, perdeu a ligação à rede pela décima vez, sendo esta a mais longa interrupção total do fornecimento elétrico externo desde o início da invasão russa da Ucrânia.
A AIEA indicou que a central é agora alimentada por sete geradores de emergência a gasóleo e são necessárias reparações nas linhas elétricas em ambos os lados da linha da frente, a vários quilómetros do local.
A agência da ONU não especificou quanto tempo durarão os trabalhos nem quando a energia será totalmente restabelecida.
Segundo a AIEA, a segurança continua assegurada, com o combustível dos seis reatores desligados a continuar a ser arrefecido eficazmente e o nível de radioatividade mantido normal.
Localizada perto da cidade de Energodar, ao longo do rio Dnieper, a central nuclear fica próxima da linha da frente.
Antes da guerra, os seis reatores produziam cerca de um quinto da eletricidade da Ucrânia, tendo sido desligados após a tomada de controlo por Moscovo.
A central precisa de eletricidade para manter os sistemas de refrigeração, que impedem um acidente nuclear.
No início de outubro, Moscovo afirmou que a situação estava "sob controlo" em Zaporijia, após declarações alarmantes do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Moscovo e Kiev acusaram-se mutuamente várias vezes de arriscar uma catástrofe nuclear ao atacar o local.