Milhares nas ruas na Austrália em apoio aos palestinianos
Milhares de pessoas saíram hoje à rua em várias cidades da Austrália para apoiar e solidarizar-se com os palestinianos e pedir acesso humanitário, quando em Gaza vigora a primeira fase do plano de paz entre Israel e o Hamas.
A marcha em Sydney, onde os organizadores esperavam 40.000 pessoas, percorreu algumas áreas do centro da cidade, depois de as autoridades terem vetado o fim da manifestação em frente ao famoso edifício da Ópera.
Por sua vez, a Polícia estimou em cerca de 9.000 os participantes em Sydney, segundo o canal público ABC.
Com múltiplas bandeiras palestinas e cartazes a pedir paz, alguns dos manifestantes mostraram-se "aliviados" com o cessar-fogo em vigor durante um evento que incluiu discursos dos organizadores e correu de forma pacífica.
"Sentimo-nos um pouco aliviados, mas sejamos realistas, foi pedido um cessar-fogo várias vezes este ano e no ano passado", declarou à ABC Ezra Kurt, uma das participantes.
AbuBakir Rafiq, um dos australianos voluntários na Flotilha Sumud Global que foi detido e voltou na sexta-feira a 'casa', rememorou o tempo que passou detido numa prisão israelita depois de o navio em que seguia carregado com ajuda humanitária foi intercetado por Israel na semana passada em águas próximas a Gaza.
A jornada de protestos pacíficos estendeu-se a outras cidades australianas como Melbourne, Camberra, Perth ou Brisbane, entre outras.
"Medicamentos, não mísseis" ou "parem o genocídio" foram alguns dos 'slogans' durante as marchas.
Estas manifestações, convocadas antes do cessar-fogo, são as primeiras desde que o acordo de cessar-fogo alcançado entre Israel e o Hamas entrou em vigor na sexta-feira, como parte da primeira fase da iniciativa de paz patrocinada pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com a mediação do Qatar, Egito e Turquia.
A primeira parte do acordo, que deverá ser ratificado formalmente na segunda-feira, prevê a libertação dos 48 reféns israelitas ainda cativos em Gaza em troca de prisioneiros palestinos e a retirada do Exército israelita de certas partes da Faixa.
O executivo de Camberra manifestou em várias ocasiões preocupação em relação à divisão criada na sociedade australiana devido à guerra em Gaza e até criou dois cargos especiais para combater o antissemitismo e a islamofobia na nação australiana.