“Aos amigos, favores. Aos inimigos, a lei”

Quando aparecem os casos mediáticos de corrupção percebemos bem a dimensão do problema que nos rouba melhores serviços públicos, melhor Saúde, melhor Educação, melhores transportes e uma grande quota parte do nosso bem estar.

A situação actual, na Região e no País, é de emergência e exige extrema prioridade, pois é terreno fértil para se cultivar ideologias radicais, demagogia populismo, mas também a fragmentação social e o crescimento exponencial do descrédito nos profissionais da política.

Muitos deles fizeram carreira política nas hostes partidárias, de todos os quadrantes, com início nas “Jotas”, autênticos viveiros de militantes servis e interesseiros, que funcionam como mola propulsora de angariação de votos, mais tarde capitalizados em bons empregos, vulgo “tachos”. Os seus interesses pessoais são sempre colocados à frente dos que os deveriam mover. Os resultados conhecemos bem. Excepções à parte, se as houve, claro.

O mérito, a honestidade e a transparência são vocábulos eliminados do léxico na sua forma de actuação, daí que a cunha, o tráfico de influências e a corrupção, mais ou menos velada, tornaram-se pecados endémicos. Hoje, na busca pela verdade, pôs-se a nu a corrupção que, alegadamente, se alimentou de relações promíscuas e criminosas entre o poder político e o poder económico. Sendo certo que os poderosos multiplicam-se uns aos outros rapidamente.

Julgar e condenar é competência que não nos pertence, mas a verdade é que, nós eleitores, nos sentimos profundamente defraudados, incrédulos, confusos, quando estão em causa a credibilidade, a honorabilidade e a seriedade das pessoas em quem depositámos a nossa confiança, sendo que todos têm direito à presunção de inocência, até prova em contrário.

Há, porém, nódoas indeléveis que nem a passagem do tempo conseguirá diluir.

Que saibamos exigir uma Sociedade de maior razão, verdade e solidariedade, quando os estilhaços deste “vendaval” dormirem no passado. Olhemos, sobretudo, para o que as pessoas fazem, não para o que elas nos dizem. Que se volte a instituir o hábito de premiar o esforço e o mérito. Sempre pela Democracia. Para que eu, nós, TODOS, possamos continuar a expressar-nos livremente.

Madalena Castro