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A Guerra Mundo

Milhares manifestam-se na Europa em apoio a Kiev dois anos após a invasão russa

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Milhares de pessoas manifestaram-se hoje na Europa para expressar o seu apoio à Ucrânia no dia do segundo aniversário da invasão militar russa, apesar da descrença da maioria da opinião pública europeia numa vitória de Kiev.

Na Alemanha, 5.000 pessoas, segundo a polícia, concentraram-se em Berlim com bandeiras ucranianas e cartazes com as frases "Defendam a Ucrânia" ou "Armem a Ucrânia, hoje".

Em Colónia, Frankfurt, Munique e Estugarda também foram realizadas manifestações que juntaram milhares de pessoas, segundo relata a agência noticiosa AFP.

"O nosso lugar neste combate pela liberdade é ao lado dos nossos amigos ucranianos", declarou no decurso da concentração em Berlim o presidente da câmara da capital alemã, Kai Wegner.

A Porta de Brandeburgo, atravessada no período da Guerra Fria por um muro que dividia a cidade e um dos monumentos mais emblemáticos de Berlim, deverá permanece iluminada durante hoje à noite com as cores amarela e azul da Ucrânia.

Em França, milhares de pessoas também se reuniram em várias cidades para assinalar o seu apoio a Kiev, por vezes gritando frases de ordem com "[Presidente russo, Vladimir]Putin assassino" ou "Rússia fora da Ucrânia".

Em Paris, Lille (norte), Rouen (oeste), Nice e Toulouse (sul), ucranianos e franceses, muitos com a bandeia ucraniana enrolada ao corpo, juntaram-se para exprimir solidariedade e inquietação, num momento em que as forças de Kiev enfrentam uma posição muito difícil na linha da frente devido à falta de armamento e de novos recrutas.

Também no Reino Unido alguns milhares de pessoas convergiram para Hyde Park, no centro de Londres, e desfilaram até Trafalgar Square entre uma maré de bandeiras ucranianas.

Na capital da Irlanda, Dublin, milhares desfilaram igualmente numa iniciativa organizada pela comunidade ucraniana no país, que acolheu 100 mil refugiados desde o início da guerra.

Em Berna, e perante alguns milhares de pessoas, responsáveis políticos pediram à Suíça, um país neutro que recusa a exportação de armas suíças para a Ucrânia, maior empenho para ajudar Kiev.

"Não aos negócios com Putin", exigiu o conselheiro nacional (deputado) do partido Os Verdes Balthasar Glättli, que pediu o congelamento dos fundos do Estado russo e dos oligarcas, e a sua utilização para a reconstrução da Ucrânia.

Na Suécia, milhares de pessoas concentraram-se em Estocolmo sob o lema "Rússia fora da Ucrânia", segundo a AFP, que também relatou que em Belgrado diversas centenas de sérvios e de cidadãos russos, que optaram pelo exílio após o início da invasão miliar da Ucrânia, juntaram-se num protesto organizado pelo embaixador ucraniano.

Também em Itália várias centenas de pessoas participaram em Milão (norte) numa manifestação designada "Vitória para a paz", por iniciativa de associações pró-ucranianas. Na Grécia, 400 pessoas juntaram-se no centro de Atenas.

Em Madrid, perto de 1.500 pessoas, incluindo numerosos ucranianos (o país acolheu 83.000 em 2022) manifestaram-se e ergueram cartazes com frases "O Donbass [leste] é ucraniano" ou "Putin assassino".

Apesar desta mobilização expressiva, os cidadãos europeus revelam pessimismo sobre a possibilidade de a Ucrânia vencer a guerra face à Rússia, indicou uma sondagem em 12 países da União Europeia (UE) divulgada esta semana.

De acordo com esta sondagem, solicitada pelo grupo de reflexão Conselho Europeu para as Relações internacionais (ECFR), apenas 10% dos inquiridos preveem uma vitória da Ucrânia no terreno.

Cerca de 20% antecipam mesmo a vitória da Rússia, enquanto 37% consideram que a guerra irá conduzir a uma forma de "compromisso".

No entanto, 41% dos inquiridos defendem que a UE deve "aumentar" ou "manter" o seu apoio à Ucrânia, na perspetiva de uma suspensão do apoio norte-americano após uma eventual vitória do ex-presidente Republicano Donald Trump nas eleições presidenciais de novembro.

Na Alemanha, um dos principais fornecedores de ajuda militar à Ucrânia nos dois últimos anos, apenas 25% da população acredita numa vitória de Kiev, enquanto 40% tem uma opinião contrária.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, desencadeada em 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armas a Kiev e aprovado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.