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Madeira

Confiança diz que taxa turística já podia ter pago um jardim público na Praia Formosa

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A coligação Confiança afirma que, a taxa turística que o Funchal perdeu desde 2018 era suficiente para pagar a construção de um jardim público na Praia Formosa. Os vereadores desta coligação estiveram no local, apontando responsabilidades ao PSD e à presidente da Câmara em exercício, pelo boicote à implementação desta taxa que, segundo eles, fez com a cidade não arrecadasse várias dezenas de milhões de euros em receitas e que poderiam ter sido utilizadas em prol do interesse público e para benefício de residentes e visitantes.

Não tivesse existido um boicote à taxa turística no mandato anterior e o Funchal teria hoje outros instrumentos para responder à pressão turística que se sente na nossa cidade, nomeadamente a capacidade para salvaguardar a perda para os interesses imobiliários de zonas adequadas à criação de espaços verdes para fruição colectiva da população Miguel Silva Gouveia

O vereador da Confiança diz ter feito as contas e aponta para que seriam "mais de 30 milhões de euros em receitas que seriam pagas por quem nos visita, desperdiçados pela cegueira do PSD em prejudicar a Confiança lesando a cidade do Funchal".

Em comunicado, a coligação dá conta de que, desde 2018, tem manifestado intenção de criar a taxa turística municipal, que recebeu forte oposição por parte da ACIF, então presidida por Cristina Pedra, que manifestava uma "posição contrária" à aplicação de uma taxa, alegando que os contratos já elaborados pelos operadores turísticos já estariam a decorrer. Indica ainda que, já em Janeiro de 2016, por ocasião da implementação da EcoTaxa Turística no município de Santa Cruz, a ACIF, pela mesma interlocutora, dava conta que da "posição contrária à aplicação desta ecotaxa".

"Há 4 anos, cientes do mérito da proposta a Confiança criou e submeteu a consulta pública um regulamento da Taxa Municipal Turística, que previa um valor de 2€ por dormida, nas primeiras 7 noites, para hóspedes maiores de 14 anos. Na ocasião a equipa da Confiança foi acusada de pretender matar a principal actividade económica regional, com uma reacção frontalmente hostil por parte da ACIF, tendo a proposta merecido o voto contra de PSD e CDS", frisa.

A Confiança identifica um “exercício de contorcionismo político por parte de Cristina Pedra”, numa alusão às críticas à implementação de qualquer taxa turística na Madeira num passado recente, quando agora, nas funções de edil vem, “de forma despudorada, defender a aplicação relâmpago desta taxa, fingindo que não tem responsabilidades no seu boicote no passado recente”.

“É natural que alguns actores políticos procurem fazer carreiras com base no esquecimento colectivo e na reescrita da história. Contudo, uma cidade sem memória, será sempre uma cidade sem futuro.”, aponta o líder da Confiança, considerando que “compete-nos assinalar os danos feitos à cidade por estas pessoas que se movem na incoerência, de forma interesseira e errática, e lançar luz sobre o custo das oportunidades perdidas, em benefício dos funchalenses”.