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Madeira

JPP quer “impor limites” para conter “invasão de turismo massificado” na Madeira

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O secretário-geral do JPP, Élvio Sousa, defendeu, hoje, a necessidade de “impor limites quantitativos” para moderar “a invasão de turismo massificado” que se verifica na Madeira e que tem “impactos na vida quotidiana dos madeirenses e porto-santenses”, designadamente as dificuldades na aquisição e aluguer de habitações e os problemas no trânsito automóvel. Esta posição surge em reacção ao Inquérito aos Residentes sobre o Turismo na Região, publicado esta semana pela Direcção Regional de Estatística da Madeira.

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Uma nota de imprensa divulgada pelo partido refere que Élvio Sousa considera “pertinente” este estudo estatístico, designadamente para se perceber os impactos na vida quotidiana dos madeirenses e porto-santenses da “invasão do turismo massivo na Região”. No entanto, acha que o inquérito peca por não esclarecer, “ou propositadamente não quis esclarecer”, questões como o impacto no custo de vida dos madeirenses, nas fortes restrições ao aluguer e compra de habitação por parte dos residentes devido à transferência para a actividade de alojamento local das casas disponíveis no mercado, mas também os problemas ao nível da mobilidade que resultam “do aumento exponencial de viaturas que circulam diariamente na Região”.

Élvio Sousa deixa claro que o turismo deve continuar a ser o “suporte principal da economia regional”, mas diz ser necessário “gerar equilíbrios” e “cuidar da vida das famílias, das pessoas, governar para os residentes e não apenas para os recordes no turismo empobrecendo os madeirenses e retirando-lhes qualidade de vida, que já não é muita”.

Por outro lado, o líder do JPP critica o secretário regional da Economia, Turismo e Cultura, Eduardo Jesus, por ter feito uma “leitura redutora, conveniente e selectiva” do Inquérito aos Residentes sobre o Turismo na Região. “Parece que o estudo foi encomendado pelo secretário da Economia e Turismo para ele poder sustentar um discurso à medida do que já vinha afirmando publicamente. Mais de 92% dos inquiridos acham que o fluxo actual de turismo é muito alto ou alto, mas sobre isto o secretário regional nada diz. Refugia-se nos 6,3% das pessoas que dizem sentir-se incomodadas, mas que se saiba os madeirenses em 200 anos de tradição turística foram sempre conhecidos pela hospitalidade e coexistência com os forasteiros”, observou Élvio Sousa.

Para o líder do JPP o problema está antes “nas questões que realmente têm impacto na vida dos madeirenses” e que “não fazem parte deste estudo”, o que “pressupõe falta de coragem política para enfrentar o problema e tomar decisões atempadamente”.

Élvio Sousa considera “surreal” dizer-se que “92% dos residentes não precisaram de alterar os seus hábitos de vida”. “Claro que interfere - é o custo de vida altíssimo, a dificuldade em arrendar casa, as filas de trânsito intermináveis. Acham isto pouca coisa? Qual é a solução? Querem que os madeirenses se vão embora da ilha, deixem de trabalhar, não possam ir ao supermercado e ter uma vida normal?”, questionou.

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O líder do JPP entende que a invasão de turismo massificado “é hoje uma preocupação das comunidades” locais, regionais e nacionais que o Governo Regional não pode ignorar. Lembra especialistas que se referem ao turismo como uma forma de consumo que “contém inevitavelmente alguns aspectos vorazes, de depredação dos recursos locais” e por isso recomendam que “a única forma de não ser destrutivo é impor limites quantitativos, porque é impossível que a vida urbana saudável não seja perturbada”.

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