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Regionais 2023 Madeira

O 'sprint' final pela eleição de Roberto

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O Bloco de Esquerda termina hoje o período de campanha eleitoral quiçá como começou: propagandeando aos quatro cantos que fazem efectivamente falta na Assembleia Legislativa da Madeira. Por culpa própria ou de uma bipolarização, o BE deixou de ter representação no hemiciclo desde 2019.

Por isso mesmo percebe-se a mensagem contínua, incessante e incansável desta bicéfala candidatura [de Roberto Almada e de Dina Letra], os mais mediáticos, que desta não se podem queixar de não terem tido o apoio de outras figuras/dirigentes maiores do partido que porventura temendo riscos de um ‘blackout’ total da estrutura regional revezaram-se nos últimos meses num vaivém desde o território continental.

Foi assim com Mariana e Ana Mortágua, com Catarina Martins ou Marisa Matias, com Pedro Filipe Soares ou ainda com Francisco Louçã que tentaram injectar algumas doses de vitamina B+E que tal com manda a prescrição servem de "activação do processo metabólico”, caso contrário a “fadiga" e a “irritabilidade” serão sintomas mais visíveis. 

A frase: "O Bloco faz falta"

Se valeu a pena? A prova do ‘algodão’ será feita no domingo. Se o BE faz falta? O verso “o povo é quem mais ordena”, da letra da “Grândola, Vila Morena” de Zeca Afonso, canção escrita e gravada em 1971 que se torna ainda mais real, periodicamente desde 1975, sempre que o povo é chamado a votar e a escolher quem o vai representar, ditará a sua sentença . Portanto, vai ser preciso esperar até lá. Não falta muito. 

Enquanto não chega o veredicto, para alguns eleitores mais atentos, o BE teve uma toada mais frouxa do que costuma ser habitual. Centraram a campanha no município do Funchal e periorizaram a habitação como um dos temas que lhe são mais caros como também o é à generalidade dos madeirenses, sobretudo àqueles que têm pagar rendas e prestações.

A imagem: 

Daí que numa acção marcadamente original de campanha, o Bloco de Esquerda colocasse em 30 locais do Funchal uma tela com 1 m2 com a inscrição 2.979 euros. Serviu para ilustrar o quão escaldante é o preço do m2 da habitação no concelho e que é um dos mais altos do país. Roberto Almada considerou que o cenário ‘hollywoodesco’ ou, se quiser, ‘monegasco’, é fruto de uma política virada para os milionários estrangeiros e que esqueceu os madeirenses. Miguel Albuquerque foi o principal alvo das críticas.

Numa linha mais radiofónica será preciso sintonizar a música "está na hora”, um sucesso nos comícios e nas acções de campanha do Bloco de Esquerda que faz alimentar a esperança dos ‘bloquistas’ de que Roberto Almada poderá regressar à Assembleia, ainda que as projecções não sejam muito animadoras.

Apresentação e regresso de Roberto Almada

Nestas Regionais não se cansaram de dizer de que “está na hora” de a Madeira ser “a primeira região do país com transportes gratuitos para todos os residentes”.

Que “está na hora” gritaram os bloquistas de a Universidade da Madeira deixar de ser  faculdade do país com mais alunas e alunos carenciados; O “fim das propinas”; ‘Está na hora’ os limites ao alojamento local e a redução das taxas de juro. O fim aos vistos gold ou as quatro “décadas de autoritarismo.

Em contrapartida afirmaram que “está na hora” um aumento no salário mínimo que atinja os 850 euros; Atribuição do complemento solidário para idosos a todos os reformados com pensões inferiores ao salário mínimo regional. “Está na hora” a fixação de preços máximos para todos os bens essenciais. 

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Está na hora, ouviu-se nesta campanha, a descida das taxas de IVA, a aplicação do diferencial fiscal de 30% nas tabelas de IRS até ao 5º escalão. “Está na hora” o combate à discriminação salarial entre géneros. E “está na hora” o fim da figura do Representante da República e sua substituição pelo Provedor da Autonomia.

Resta saber se os eleitores madeirenses querem que esta seja a hora do Bloco de Esquerda e de Roberto Almada. Só falta um 'sprint' final... curiosamente numa arruada.