Madeira

Associação de Pirotecnia pede revisão de aviso laranja para viabilizar lançamento de fogo

Carlos Macedo recorda avisos meteorológicos impendem o lançamento de foguetes e fogo-de-artifício "mesmo estando a chover como hoje acontece"

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Foto Aspress

O presidente da Direcção da APIPE - Associação dos Industriais de Pirotecnia e Explosivos veio hoje a público manifestar o seu desagrado perante os avisos meteorológicos emitidos para a Madeira devido ao tempo quente, que impendem o lançamento de foguetes e fogo-de-artifício, pedindo a revisão dos mesmos.

Em comunicado remetido às redacções, Carlos Macedo chama a atenção para esta "situação recorrente".

"Efectivamente, compreende-se que quando esperadas condições climatéricas adversas sejam colocados os meios de combate a incêndio ou outros em prontidão e que sejam impostas restrições a determinadas actividades e comportamentos de risco de incêndio rural ou florestal, nomeadamente ao fogo-de-artifício, mas em situações de risco concreto. O que não é compreensível é manter-se a situação de alerta laranja pelo risco de incêndio rural ou florestal, que hoje vigora na Madeira,  quando em toda a ilha está a chover", argumenta o presidente da Direcção da APIPE.

O representante dos pirotécnicos realça que "só no dia de hoje existem mais de uma dezena de festas e arraiais com licenças de utilização de pirotecnia emitidas e pagas às autoridades policiais, bombeiros e seguros, que devido à não actualização do estado de alerta laranja a vigorar serão anuladas, com os prejuízos evidentes para as empresas pirotécnicas e para os seus trabalhadores e suas famílias", insistindo que "não há qualquer razão visível para manter o alerta laranja e não utilizar pirotecnia".

"Na realidade parece que se impede a realização de espetáculos pirotécnicos por ser fácil de controlar (é necessária licença da polícia) ou talvez dê mais visibilidade à actuação de algumas entidades", atira Carlos Macedo em jeito de crítica.

O presidente da Direcção da APIPE aponta como exemplo destas "situações de proibição gerais e cegas", o caso da proibição do fogo de artifício na Festa do Monte na semana passado, "alegadamente, por ser perigoso para as árvores das redondezas, isto, mesmo depois de várias entidades oficiais, nomeadamente os peritos da Universidade de Coimbra, que fizeram um estudo e simulacros no local, terem concluído que o fogo-de-artificio não terá provocado vibrações que levassem à catástrofe que ocorreu no local há alguns anos".

O dirigente invoca igualmente um estudo elaborado pela à ADAI - Associação para o Desenvolvimento da Aerodinâmica Industrial, da Universidade de Coimbra, com a coordenação do Professor Xavier Viegas, sobre os ensaios de lançamento de artigos pirotécnicos e o seu impacto na ignição da vegetação florestal, que conclui que "o emprego de artigos pirotécnicos, quando usado sob o cumprimento das regras de fabrico e utilização, não constituem perigo significativo para os incêndios florestais".

"Malgrado o resultado do estudo é frequente serem impedidos espetáculos pirotécnicos, mesmo em zonas distantes da floresta, como zonas urbanas e mesmo em rios e albufeiras, com o argumento de que pode ser perigoso", lamenta Carlos Macedo, que pede às "diversas autoridades e agentes económicos" que clarificarem as razões - "muitas vezes injustificadas" no entender da  APIPE - que levam à proibição dos espetáculos de pirotecnia, "tão relevantes para a economia, para a cultura e para a sobrevivência de muitas famílias", conclui.

Conforme noticiou o DIÁRIO, uma vaga de calor vai afectar o arquipélago da Madeira até dia 25 de Agosto, com previsão de temperaturas que poderão atingir os 35°C, de acordo com as indicações do Serviço Regional de Protecção Civil.

O organismo recomendou, por isso, a "adequação dos comportamentos e atitudes" face à situação de perigo de incêndio rural, nomeadamente com a adoção de medidas de prevenção e precaução, evitando comportamentos como a realização de fogueiras para recreio ou lazer, ou para confecção de alimentos, fumar ou fazer lume de qualquer tipo nos espaços florestais, queimar matos cortados e utilizar equipamentos de queima e de combustão.

Protecção Civil da Madeira alerta para risco de incêndios e deixa recomendações

Vaga de dias quentes prolonga-se até dia 25 de Agosto; temperaturas poderão chegar aos 35 °C na costa Sul da ilha

O Serviço de Protecção Civil esclarece que a previsão foi emitida pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), que colocou ontem o arquipélago sob aviso amarelo para tempo quente, mudando depois para aviso laranja a partir das 00:00 deste domingo. Aviso este que foi, entretanto, prolongado até às 19:00 de terça-feira.

IPMA prolonga aviso laranja até às 19 horas de terça-feira

O IPMA acaba de prolongar o aviso laranja para o tempo quente no Arquipélago da Madeira até às 19 horas (18h00 na hora UTC- Horário Universal Coordenado) de terça-feira, 22 de Agosto.

O aviso laranja é emitido pelo IPMA quando existe uma situação meteorológica de risco moderado a elevado e o aviso amarelo sempre que existe risco para determinadas atividades dependentes da situação meteorológica.

A vaga de calor no arquipélago da Madeira decorre de uma massa de ar quente e seca, sendo que entre hoje e sexta-feira os valores da humidade relativa do ar serão persistentemente baixos, em geral inferiores a 60% nas regiões costeiras e inferiores a 30% nas regiões montanhosas.

Ainda de acordo com a previsão do IPMA, o vento vai soprar de Norte ou Nordeste, temporariamente de leste, fraco a moderado (até 30 km/h), pontualmente com rajadas até 70 km/h nas regiões montanhosas e nos extremos Leste e Oeste da Madeira.