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Vaticano lança novo selo comemorativo da JMJ depois de primeira versão polémica

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Os serviços postais do Vaticano lançaram um novo selo comemorativo da JMJ Lisboa 2023, cuja imagem base é o logótipo da Jornada, depois de um primeiro selo polémico inspirado no Padrão dos Descobrimentos ter sido retirado de circulação.

O novo selo tem apenas o logótipo da Jornada, um valor facial de 3,10 euros e uma tiragem de 45 mil unidades, noticiou hoje a agência Ecclesia.

Na explicação dada pelo Vaticano sobre este novo selo, é sublinhado que o logótipo "descreve, sobre o fundo de uma grande cruz, o dinamismo de Maria que visita Isabel, segundo o lema da JMJ, Maria levantou-se e partiu apressadamente, tirado do Evangelho de Lucas".

Em 15 de maio, o Vaticano lançou um selo comemorativo da Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023 inspirado no Padrão dos Descobrimentos, com a imagem do Papa Francisco no lugar do Infante D. Henrique e com jovens no lugar dos navegadores.

O desenho do selo, lançado na ocasião conjuntamente com um carimbo comemorativo, com o logótipo da JMJ, era da autoria de Stefano Morri.

"Da mesma forma como o timoneiro D. Henrique lidera a tripulação na descoberta do novo mundo, assim também no selo do Vaticano o Papa Francisco conduz os jovens e a Igreja", explicava uma nota publicada no 'site' de notícias do Vaticano, Vatican News.

O selo causou de imediato polémica, com vários comentários negativos nas redes sociais, os quais remetiam para o imaginário gráfico do Secretariado de Propaganda Nacional do Estado Novo e o colonialismo.

Na ocasião, questionado pela agência Lusa, a propósito da polémica gerada, o bispo português Carlos Moreira Azevedo, Delegado do Comité Pontifício para as Ciências Históricas, considerou de "péssimo mau gosto" a imagem do selo.

Para Carlos Azevedo, que exerce as suas funções no Vaticano, o selo "recorre a uma obra muito conotada" e "evoca epicamente uma realidade pastoral que não corresponde a esse espírito".

Também a organização da Jornada Mundial da Juventude esclareceu que o selo comemorativo apresentado pelo Vaticano visava apenas "promover" o encontro de jovens com o Papa, afastando leituras que o identifiquem com o Estado Novo ou o colonialismo português.

A verdade é que o selo acabaria por ser retirado de circulação pelos serviços postais do Vaticano, que agora lançaram a nova versão.