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"O Governo está a desfazer-se aos bocados"

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Foto: PAULO NOVAIS/LUSA

O presidente do PSD acusou hoje o Governo de se estar "a desfazer aos bocados" e considerou que o resumo do estado da nação é que existe um Governo à deriva e o PSD a ser alternativa".

Numa intervenção no jantar do grupo parlamentar do PSD, na véspera do debate parlamentar sobre o estado da nação com o Governo, Luis Montenegro resumiu o ano e meio de governação da maioria absoluta do PS como um período de "trapalhadas, demissões, casos graves, descoordenação, desunião"

"Este Governo está a desfazer-se aos bocados, não é o Governo que começou e já não tem identidade", criticou, apontando o número recorde de demissões no executivo.

Por outro lado, o líder do PSD acusou o PS de "uso e abuso da maioria absoluta" ao rejeitar "90% das propostas" dos sociais-democratas" e de inviabilizar "mais de duas dezenas de audições de membros do Governo".

"O Governo tem medo que os membros do Governo venham ao parlamento, não vá sair mais alguma trapalhada", disse, apontando o relatório da comissão de inquérito à TAP como a "expressão máxima", pela negativa, da atuação do Governo e do PS no parlamento.

Na sua intervenção de quase 40 minutos, Montenegro lamentou que durante meses o partido tenha levado "com a conversa da treta, a lengalenga" de que não era alternativa.

"É um mito político aquele que foi perpassado - e agora a evidência acabou por tirar o chão para poder ser sustentado - de que o PSD não tem alternativas, tem", disse, considerando que não há memória de um partido político na oposição perante uma maioria absoluta "tão ativo" neste campo.

O líder do PSD deixou aos deputados o que considerou ser o resumo do estado da nação.

"Não faltarão argumentos para afirmar que o estado da nação é que temos um Governo à deriva e temos o PSD a ser alternativa", afirmou.

Numa brevíssima intervenção, o líder parlamentar, Joaquim Miranda Sarmento, considerou haver razões para o PSD ter orgulho no trabalho desenvolvido este ano pela sua bancada.

"Se este ano já teve uma degradação muito forte do Governo, o que se perspetiva é que as coisas para o Governo não vão melhorar. Aguarda-nos ainda mais trabalho", vaticinou.