A Guerra Madeira

Governo da Madeira admite prolongar reserva de cereais

None

O secretário regional da Economia da Madeira, Rui Barreto, admitiu hoje prolongar a reserva de cereais da região na sequência da suspensão, pela Rússia, do acordo de exportação de cereais pelo Mar Negro a partir de portos ucranianos.

O Governo da Madeira estabeleceu no ano passado um contrato com a sociedade Silomad, por um ano, para a criação de uma reserva de cereais.

Hoje, em declarações aos jornalistas à margem das comemorações do Dia do Porto do Funchal, o governante assegurou que o executivo insular (PSD/CDS-PP) está atento à situação e admitiu que poderá renovar o contrato, que termina em setembro, e manter a reserva de cereais.

"Esse contrato está em vigor até o terceiro trimestre deste ano e estamos a trabalhar face a essas notícias - de facto, a Rússia pode não fazer o acordo com os cereais - [no sentido] de nós podermos renovar, justificando por essa razão e mantendo essa reserva estratégica de cereais", afirmou.

O secretário regional da Economia (CDS-PP) frisou que está a decorrer "uma guerra comercial no mundo" e "há muitos interesses geopolíticos em jogo" que estão "a perturbar normal funcionamento da economia e o comércio internacional".

"Por isso é que, quando há sanções, quando há bloqueios, quando há tentativas de danificar silos e prejudicar a exportação de cereais, isso traduz-se em instabilidade dos mercados", acrescentou, reforçando que o Governo da Madeira está a trabalhar para "minimizar os seus efeitos".

A Rússia suspendeu na segunda-feira o acordo de exportação de cereais pelo Mar Negro a partir de portos ucranianos, argumentando que os compromissos assumidos em relação à parte russa não foram cumpridos.

"Quando a parte do acordo do Mar Negro relacionada à Rússia for cumprida, a Rússia retornará imediatamente à implementação do acordo", afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

O porta-voz do Kremlin declarou que o ataque a uma ponte que liga a Crimeia ao continente russo não foi um fator para a decisão da suspensão do acordo.

O acordo inovador que as Nações Unidas e a Turquia negociaram no verão passado permitiu que toneladas de alimentos deixassem a região do Mar Negro, após a Rússia ter invadido a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022.