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Acordo para ajuda transfronteiriça à Síria expirará hoje após adiamento de votação

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Foto Shutterstock

A resolução que renova o mecanismo de ajuda transfronteiriça à Síria, através do qual assistência humanitária é entregue sem necessidade de consentimento do Governo sírio, expirará hoje após o adiamento da votação pelo Conselho de Segurança da ONU.

O Conselho de Segurança deveria votar hoje um projeto para estender essa operação por um ano, mas em cima da hora esse item foi retirado da agenda, sem que uma nova votação fosse marcada para hoje, o que significa que o prazo expirará ao final desta segunda-feira e o trânsito humanitário deverá ser interrompido.

Face a esse impasse, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, "pediu a renovação por mais doze meses" do mecanismo, afirmando que "continuará a defender a expansão de todos os meios para fornecer assistência humanitária a milhões de pessoas no noroeste da Síria", disse o seu porta-voz, Stéphane Dujarric, em conferência de imprensa.

Através desse mecanismo, a assistência humanitária é entregue à Síria a partir da Turquia, através da passagem de Bab al-Hawa, sem exigir o consentimento do executivo sírio.

A Rússia terá apresentado uma contraproposta para reduzir a extensão da operação para apenas seis meses, e os membros do Conselho estão em consultas para tentar alcançar um consenso que evite a rejeição da resolução por qualquer um dos países com poder de veto: Rússia, China, Estados Unidos, Reino Unido e França.

Dujarric observou que 79 camiões com ajuda passaram hoje por Bab al-Hawa, fretados pelo Programa Alimentar Mundial e pela Organização Mundial para Migrações, e que, desde o terramoto de fevereiro que afetou todo o sul da Turquia e o norte da Síria, 3.700 camiões passaram por Bab al-Hawa e por outras duas travessias excecionalmente habilitadas, até meados de agosto.

A população que depende dessa ajuda humanitária ascende a 4,1 milhões de pessoas, mas o mecanismo de passagens de fronteira é contestado pelo Governo de Damasco, apoiado pelo seu grande aliado, a Rússia, que nos últimos tempos "cortou" a sua extensão para apenas seis meses.