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Chile encerra histórica fundição de cobre estatal em zona de grande poluição

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A Fundição Ventanas, propriedade da empresa estatal Corporação Nacional de Cobre do Chile (Codelco), foi hoje oficialmente encerrada após quase seis décadas de operação na baía industrial de Quintero-Puchancaví, que abriga 10 centrais termoelétricas, petrolíferas e químicas poluentes.

Localizado na região de Valparaíso a 160 quilómetros a noroeste de Santiago, o complexo industrial Quintero-Puchancaví é uma das maiores "zonas de sacrifício ambiental" do Chile, territórios abandonados à degradação ambiental e onde a população sofre frequentes episódios de envenenamento causados pela poluição.

"Como conselho de administração, tivemos de tomar uma decisão depois de ouvir todos os 'stakeholders', neste ambiente de incertezas e questões sobre a fundição", disse o presidente do conselho da Codelco, Máximo Pacheco, numa cerimónia que juntou empresários, trabalhadores e autoridades, como as ministras das Minas, Marcela Hernando, e do Meio Ambiente, Maisa Rojas.

"Tem prevalecido a serenidade dos trabalhadores, que muito valorizo, e que favoreceu que este processo se desenvolvesse na paz social", acrescentou Máximo Pacheco, que aproveitou para pedir às restantes empresas que operam na baía que contribuam para o "processo de descontaminação da área".

Através de um vídeo, o presidente chileno, Gabriel Boric, destacou que, após a decisão da empresa, era importante garantir a empregabilidade na área através da refinaria".

A medida para conclusão dos trabalhos de fundição na Divisão Ventanas foi adotada em junho de 2022 e exigiu diversas alterações legais que foram aprovadas em abril passado.

A divisão Ventanas da Codelco vai continuar a operar na área através da sua refinaria eletrolítica, que produz anualmente 420 mil toneladas de cátodos de cobre para exportação para países como China, Índia e Sudoeste Asiático.