Dia da Mãe

A minha mãe, faleceu com apenas 63 anos… Eu, era ainda um jovem com 31 anos de idade. Senti por demais a sua falta, um grande vazio encheu a minha alma, como quem abre um cofre e verifica que o seu tesouro mais valioso desapareceu para sempre…  Já escrevi em anos anteriores, muita coisa sobre a sua personalidade, mas nunca é demais recordar a sua generosidade e ternura, o seu apego que tinha para com os filhos que chegava a ser excessivo, ao ponto de ficar triste e desolada, quando eles partiam para o Continente, com a finalidade de obterem uma licenciatura, ou seja, poderem ter um futuro mais risonho num país atrasado a todos os níveis, onde predominava um analfabetismo primário, profundo e avassalador. Pelo contrário, existem outras mães que são: perversas, levianas e irresponsáveis, que descartam os seus filhos logo à nascença porque, simplesmente, não queriam tê-los… e por conseguinte, são capazes de desprezá-los, de maltratá-los de uma forma chocante e cruel. E, as crianças recém nascidas que ficam, inesperadamente, órfãs das mães e pais? Que situação tão penosa e dramática!? Que futuro terão? Poderá surgir alguém que as acuda?... Senão, pobres palavras vãs para quem tudo perdeu, até mesmo a sua própria vida!... Tudo isto, é algo incrivelmente absurdo e inimaginável! Mas é doloroso e real!

Todavia, julgo que a grande maioria das mães amam verdadeiramente os seus filhos, mas deparam-se com carências de toda a espécie: falta de alimentos, de assistência médica e medicamentos, de água e higiene, de habitações condignas e não bairros de lata espalhados pela terra e pela lama do chão!...  É também incompreensível e inaceitável que, em pleno século XXI seja ainda a fme que mata mais no mundo. Mundo esse, cada vez mais egoísta e desumanizado. Mas, num lar que possua condições de vida, minimamente decentes, a mãe e os filhos devem funcionar como uma espécie do Sistema Solar.  A mãe representa o sol, e os filhos são os planetas que giram ordenadamente à sua volta.  E os netos? São os meteoros e meteoritos que surgem às dezenas, também no Sistema Solar, mas que andam de forma desordenada, chocam uns com os outros, magoam-se por vezes com certa gravidade, daí que toda atenção seja pouca… porque, são traquinas e não têm a noção do perigo. Carecem de uma atenção permanente, por parte das avós que os amam e adoram – na sua larga maioria e, são mesmo capazes de dar e fazer tudo por eles. Por isso, diz-se que: “Ser avó é ser mãe duas vezes!”

Jorge Macedo