A Bienal de Veneza, em 2023, tem como tema O Laboratório do Futuro. A partir do próximo dia 20 de maio reescreve-se a profecia de um mundo outro. A Bienal de Veneza será um laboratório sobre este mundo e o mundo por vir. Álvaro Siza e Tolentino Mendonça são destacados protagonistas naquele magnífico caleidoscópio de ideias, contextos, demandas e aspirações nas respostas que se desenharão aos problemas do nosso tempo.  O Cardeal Tolentino Mendonça convidou o arquiteto Álvaro Siza para a estruturação do pavilhão da Santa Sé. Através de instalações artísticas será arquitetada a esperança num mundo mais justo, mais inclusivo e mais equitativo. Será descrita a terra da fraternidade. O Encontro é uma das criações artísticas do arquiteto português a ser instalada na Abadia Beneditina Santo Giorgio Maggiore. Na perspetiva da “cultura do encontro”, a proposta apresentada por Tolentino a Siza dará expressão a perspetivas do Papa Francisco inscritas nas encíclicas Laudato Si e Fratelli Tutti. O Cardeal Tolentino Mendonça anunciou que o trabalho de Álvaro Siza no pavilhão da Santa Sé será «um intenso manifesto político e poético sobre o que o encontro entre seres humanos é ou pode se tornar». Este diálogo entre Siza e Tolentino, entre um agnóstico, militante comunista e o teólogo, vem de longe. Para além dos interlocutores da cultura, a par da relevância das dúvidas partilhadas acerca do “lugar estranho” do religioso na arte contemporânea, esta inquietação da esperança é parte do desbravamento do diálogo que, em Portugal, remonta à Pacem in Terris, a Mário Sacramento e ao Pe. Filipe Rocha, a D. António Ferreira Gomes e Óscar Lopes… É um sinal dos tempos.