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O novo normal?

3 dias de aterragens frustradas por causa do vento. Os limites considerados há muitos anos carecem de actualização. Ponderada e segura, naturalmente. Mas que depende da capital. Que ignora ou adia, indiferente aos constrangimentos e aos interesses regionais.

Mas não é só por cá e por este motivo. A título de exemplo, são dados de meados do ano que passou, Portugal foi o 7.º país do continente europeu com mais cancelamentos e, a TAP, a 5.ª companhia mais afectada com voos que não aconteceram.

No último verão, na Europa, os sarilhos eram tantos que se falava de “caos aéreo”. Em França, Reino Unido, Alemanha, Espanha, enfrentaram filas intermináveis, malas perdidas, questões laborais, suspensão de voos. Nos EUA terão sido 161.000 as deslocações que ficaram sem efeito. Só no 1.º dia do ano, 2.500 aviões não saíram da pista. Foram as tempestades, avarias informáticas, escassez de mão de obra, greves.

A pouca disponibilidade em contratar e ampliar a massa salarial para mais pessoal, por causa do aumento do preço dos combustíveis, provoca as caóticas situações, torna-as progressivamente mais comuns, fazendo disparar o preço das tarifas. E, para mais tarde, virá a “transição verde”, a renovação da frota e o uso de combustível sustentável que irá acentuar a problemática das margens de lucro das transportadoras.

As condições meteorológicas fazem o resto. Os cancelamentos abundam e são cada vez mais frequentes por todo o mundo. Hoje compra-se o bilhete não para viajar, mas para uma hipótese de o fazer. Por isso, fica cada vez mais prudente cuidar de saber os direitos dos passageiros e tratar disso antes de partir. Porque já se fala de um “novo normal” no reino dos céus.