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Combates já provocaram pelo menos 185 mortos e 1.800 feridos

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Foto AFP

Pelo menos 185 pessoas morreram e 1.800 ficaram feridas nos combates no Sudão, que começaram no sábado, disse hoje o enviado especial das Nações Unidas para aquele país, Volker Perthes.

"A situação é muito fluida. É difícil avaliar em que direção o equilíbrio está a mudar", disse Volker Perthes à imprensa após uma reunião do Conselho de Segurança, que decorreu à porta fechada.

Os combates, que vão no terceiro dia, opõem as forças armadas sudanesas e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês), que empregam armas pesadas e aviões nos confrontos, com muitos civis a serem apanhados no fogo cruzado.

"Estou em contacto constante com os líderes de ambos os lados", acrescentou, enquanto o secretário-geral da ONU, António Guterres, apelou horas antes para uma cessação "imediata" das hostilidades.

Devido à situação, as Nações Unidas suspendeu as suas operações no país, disse o porta-voz de António Guterres, Stephane Dujarric, sublinhando que a ONU "não pediria ao seu pessoal para ir trabalhar quando a sua segurança não está claramente garantida".

Este conflito "apenas agrava o que já era uma situação frágil", forçando as agências da ONU e parceiros humanitários a encerrar temporariamente muitos dos seus mais de 250 programas no Sudão", lamentou, por seu lado, o subsecretário-geral para Assuntos Humanitários da ONU, Martin Griffiths, em comunicado.

"Os impactos desta suspensão far-se-ão sentir de imediato, sobretudo nas áreas da segurança alimentar e apoio nutricional, num país onde cerca de quatro milhões de crianças e mulheres grávidas e lactantes sofrem de desnutrição grave", sublinhou.

Os três membros africanos do Conselho de Segurança (Gana, Gabão e Moçambique), numa declaração conjunta após a realização do Conselho de Segurança, apelaram a um "cessar-fogo imediato".

"Apelamos fortemente às forças armadas sudanesas e às Forças de Apoio Rápido para que adotem rapidamente, no espírito do Ramadão, uma solução pacífica e um diálogo inclusivo para resolver as suas divergências", defenderam os três países.