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Cá e lá

1 – Conferências do Atlântico vieram para ficar

Foi com enorme prazer, que recebi em Câmara de Lobos, nas Conferências do Atlântico, ilustres académicos e políticos para comemorar a visita de Winston Churchill à Região e os 650 anos da Aliança Luso-britânica, no quadro da tradição ocidental de Liberdade, de Pluralismo e de resistência aos inimigos da sociedade.

Como referi na minha nota de boas-vindas das referidas Conferências, hoje, volvidos quase setenta e oito anos, desde o fim da segunda grande guerra, está novamente latente a “ameaça” à tradição democrática ocidental, que tanto inquietou Winston Churchill.

Com o ressurgimento de atores globais que ocupam uma vez mais o “lado errado da história” promovendo ensaios de instituição de ditaduras absolutas ou de democracias iliberais, assentes em princípios que rotulam de traidores toda e qualquer oposição, que inquinam a independência do sistema judiciário, e que castram a liberdade de imprensa, princípios basilares da democracia, torna-se necessário criar espaços de reflexão e de promoção de valores democráticos e liberais.

Tenho a certeza, que as Conferências do Atlântico serão, a prazo, uma referência enquanto espaço de reflexão do atlantismo, farol de promoção da democracia e da liberdade.

Até para o ano!

2 – Sobre o crescimento da Inteligência Artificial

Temos assistido, nos últimos anos, a um significativo crescimento das capacidades da Inteligência Artificial (IA), graças a avanços na tecnologia de processamento de dados, armazenamento de dados e do chamado “machine learning”.

A IA está a mudar a maneira como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos uns com os outros, e é esperado que continue a crescer e a se desenvolver nos próximos anos, até que seja indistinguível se estamos a falar com uma máquina ou com um ser humano, facto que já sucede, por exemplo, em muitos chats de apoio ao cliente.

Mas poderá a IA substituir um dia a escrita humana? Não, a inteligência artificial não irá substituir completamente a escrita humana. Embora a IA possa ser usada para gerar textos baseados em modelos pré-treinados, ainda não tem a capacidade de criar conteúdos completamente originais com a sensibilidade, criatividade e emoções humanas.

Além do mais, a escrita humana é uma forma importante de expressão e comunicação que é valorizada pelo seu valor artístico e pessoal. Portanto, a IA pode ser usada como ferramenta complementar à escrita humana, mas não a substituirá completamente.

(O texto anterior foi integralmente escrito pelo algoritmo de inteligência artificial CHATGPT perante a seguinte questão: a Inteligência Artificial alguma vez iria conseguir emular a criatividade da escrita humana?)

3 – Sismo na Turquia e Síria

No momento em que escrevo este texto, contabilizam-se 5000 vítimas mortais resultantes do sismo de 7,8 na escala de Richter, que abalou a província de Erzincan, na Turquia e a vizinha Síria.

Uma tragédia de proporções inimagináveis que, mais uma vez, traz ao de cima a capacidade do Mundo se unir nos momentos de dor para auxiliar as regiões e pessoas afetadas, com equipas de busca e salvamento a serem enviadas de todo o Mundo.

Ao Povo da Turquia, cujo consulado honorário fica localizado no Concelho de Câmara de Lobos, e ao Povo Sírio, o meu abraço solidário.

4 – Costa, o inoperacional

A 19 de janeiro, Zelensky anunciou que Portugal iria enviar tanques Leopard 2 para ajudar no esforço de guerra. A 20 de janeiro, o Ministro da Defesa Português disse que estaria disponível para ajudar, mas que não se comprometia em enviar os carros de combate propriamente ditos, mas sim oferta de treino. Afinal, todos sabemos que Portugal sempre foi bom a “exportar” treinadores e os seus melhores quadros.

A 04 de fevereiro, o Primeiro-ministro anunciou que afinal sempre serão enviados uns tanques, não precisando quantos. Parece que temos 37 tanques, desse tipo, parados num quartel qualquer, comprados em segunda mão aos Países Baixos. A maioria está inoperacional e o Exército não possui, nem nunca possuiu, munições reais para estes veículos.

O Governo está só à espera de umas peças sobressalentes para os tornar operacionais.

As trapalhadas são tantas, que já nem com “sobresselentes” este governo vai lá!

5 – Desperdício alimentar

Estive na cidade de Milão no âmbito de uma ação da Rede RURBANlink, da qual o município é parceiro.

A visita permitiu conhecer as boas práticas do Município de Milão a nível da limitação do desperdício alimentar, que são referência internacional e que se enquadram nos objetivos da Rede, e que podem contribuir para o reforço da economia circular nos concelhos aderentes.

A implementação de políticas de economia circular não acontece num vazio conceptual, decorrem da passagem da teoria à prática, com a sua implementação em territórios que se tornam referência para os demais. A política de limitação de desperdício alimentar no Município de Milão permite reaproveitar, anualmente, só das cantinas escolares, 140 toneladas de comida, encaminhadas para outras instituições que prestam apoio à população de toda a região da Lombardia.

Se tal é possível a esta escala, é possível replicar o mesmo tipo de medidas nos municípios parceiros. Vamos aprender com o que de bom se faz lá fora.

6 – Estratégia Local de Habitação em Câmara de Lobos

O aumento da taxa Euribor veio dificultar o acesso ao mercado imobiliário tradicional a muitos jovens casais. Perante este cenário os municípios têm que atuar de forma a que os seus territórios continuem também a ser a casa dos seus.

Como tal, o Município de Câmara de Lobos já começou a concretizar a sua estratégia Local de Habitação:

– 2 imóveis adquiridos no mercado tradicional que em breve serão entregues, a dois casos urgentes de carência habitacional;

– 5 unidades de habitação coletiva, em lotes propriedade do município, em regime de concessão/construção;

– Mais 3 unidades de habitação coletiva a título aquisitivo.

Em 2024 estes empreendimentos serão uma realidade permitindo proporcionar a casais de classe média, em início de vida e situações sociais urgentes, acesso a habitação a preços acessíveis, com rendas definidas em função dos rendimentos dos agregados, não sendo posta de parte a ideia de permitir a aquisição dos imóveis através de mecanismos de renda resolúvel.