Há dias, uma pergunta simples, colocada por um turista, deu lugar a uma curta conversa curiosa e interessante o suficiente para a partilhar.

- De quantos em quantos anos há eleições, perguntou-me o turista, referindo-se às eleições legislativas regionais.

- De quatro em quatro anos, respondi.

- Têm um governo de direita ou de esquerda?

- A Madeira é governada desde 1976, ano em que passou a ter órgãos de governo próprio, pela mesma força política de direita.

- Porquê, questionou o turista com uma notória expressão de estranheza.

Disse-lhe, rindo, que notei a sua expressão. Mas julgava poder explicar de forma clara as razões de assim ser:

- Antes da democracia em Portugal, a Madeira foi tratada em grande medida como uma das suas colónias. Isto deixou marcas profundas na sociedade madeirense. Em 1974, a Madeira era a todos os níveis das regiões mais pobres e atrasadas do país.

E o que explica o sucesso dessa força política é o facto de ter sido a força que impulsionou grandes mudanças na educação, na saúde, nas infraestruturas, crescimento da economia e condições para a criação de riqueza.

E tudo isto aliado a algo extremamente importante, e que corresponde às aspirações intrínsecas e enraizadas no povo da Madeira. O partido que governa sempre colocou, ao longo da sua história, a defesa dos interesses da Madeira e dos seus cidadãos ACIMA dos interesses do seu partido a nível nacional e dos governos nacionais.

Estes dois aspectos marcam a identidade muito vincada do partido, sendo reconhecida pelos cidadãos.

Seguiram-se palavras simpáticas de agradecimento e um cumprimento de despedida, já não com a expressão de estranheza, mas com a de quem compreendeu as razões de quem na Madeira elege governos.

Sónia de Queiroz