Madeira

Ex-padre Anastácio Alves terá de se entregar no Funchal

PGR recusou receber o antigo padre da Nazaré que confessou abuso sexual de menores e quis se entregar em Lisboa

Foto DR/João Porfírio/Observador
Foto DR/João Porfírio/Observador

"O padre madeirense que em 2018 desapareceu sem deixar rasto confessou, esta quinta-feira, ao Observador ter abusado de menores", assim começa o artigo publicado neste meio de comunicação social online, que dá conta que o antigo pároco Anastácio Alves "tentou depois entregar-se na Procuradoria-Geral da República (PGR), mas acabou por não ser recebido e continua em liberdade".

Continua o artigo que o antigo padre na igreja da Nazaré e na Quinta Grande, por exemplo, está "visivelmente mais magro, com uma mochila na mão", tendo chegado "à PGR, na rua da Escola Politécnica, em Lisboa, para ser constituído arguido e notificado da acusação do Ministério Público, que lhe imputa cinco crimes".

MP acciona cooperação internacional para localizar ex-padre madeirense acusado de abuso sexual de menor

O Ministério Público (MP) accionou a cooperação judiciária internacional para localizar o ex-sacerdote madeirense Anastácio Alves, que está acusado de cinco crimes de abuso sexual de menor e se encontra em parte incerta, indicou hoje a instituição.

Contudo, "acabou por sair pelo seu próprio pé com a indicação que devia dirigir-se ao tribunal do Funchal. Momentos antes, ao Observador, Anastácio Alves afirmava que estava pronto para 'assumir as suas responsabilidades'", diz o jornal citando o confesso abusador de menores.

"Estou cá, pode parecer banal mas é sincero, primeiro que tudo para colaborar com a Justiça, para assumir as minhas responsabilidades, e também para ajudar a auxiliar as vítimas", disse, "na única declaração que a sua equipa de defesa o deixou dar ao Observador numa sala de um escritório em Linda-a-Velha, três dias depois de a Comissão Independente criada pela Igreja para estudar os crimes de abuso sexual em Portugal libertar vários depoimentos de vítimas e um retrato que aponta para um número potencial de mais de 4800 vítimas de membros da Igreja".

Recorde-se que pelo menos seis adultos, dois dos quais leigos e dois religiosos com residência na Madeira ou tendo os crimes sido cometidos na Região, constam da lista divulgada na segunda-feira passada. A estes estão apontados 14 vítimas de abuso sexual de menores.