Bruno Melim acusa o PS de nada apresentar para a mobilidade dos madeirenses
"A mobilidade é uma das competências intrínsecas de qualquer Estado, pois cabe-lhe o papel de garantir, a qualquer cidadão, independentemente da origem, etnia, ou credo, um tratamento equitativo no acesso a qualquer ponto do seu território. Todavia, em Portugal não é isso que se verifica", afirmou Bruno Melim numa intervenção no período antes da ordem dia da sessão plenária de hoje, na ALM.
O deputado do PSD lembrou os custos da mobilidade para os madeirenses, com destaque para os jovens que estudam foram da Região.
"Quantos de nós marcaram viagens com 6 a 7 meses de antecedência para poder ter momentos comemorativos da família a preços relativamente acessíveis ao bolso das famílias? Ou quantos de nós conhecemos jovens madeirenses que durante sucessivos natais não puderam vir a casa porque simplesmente isso não era possível aos orçamentos familiares", recordou.
Uma situação de que o Estado português se demitiu de exercer as suas competências.
Estudante Insular beneficiou 8800 madeirenses
Foi por isso que, em 2029, o Governo Regional da Madeira "tomou a dianteira para procurar resolver este assunto. Por muito que os temas relacionados com a mobilidade em território nacional não fossem matérias da sua competência, apresentou o programa Estudante InsuLar que permitiu que os nossos estudantes fizessem oito trajectos por apenas 65 euros".
Este programa teve mais de 86 mil processos validados a que correspondeu um universo de cerca de 8800 estudantes abrangidos.
"Para que fique claro o alcance e o sucesso da medida, importa referir que nestes quase 5 anos de vigência do programa, o Governo Regional da Madeira adiantou-se às famílias em cerca de 21 milhões de euros, num montante a que equivale 75% da totalidade do custo da mobilidade dos estudantes madeirenses abrangidos pelo programa", informou.
É um programa que, diz, ajuda em média, diariamente, "mais de meia centena de jovens a instruírem o seu processo para que se possam deslocar a preços mais acessíveis para a casa, se não é um programa de política social, eu não sei o que isto é".
Bruno Melim acusa o PS de não ter "respostas asseguradas pelo Estado em vários outros domínios fulcrais para a vida destes jovens, tal como o alojamento, as residências universitárias ou o seu acesso à faculdade".
A matéria da mobilidade dos estudantes, afirma, e´uma matéria evidente em que os madeirenses "se podem aperceber do centralismo e visão quadrada do PS. Para além do facto destes senhores não terem feito absolutamente nada para que os nossos jovens deixassem de ter de adiantar as referidas verbas, ainda tiveram a distinta lata de criar embaraços ao funcionamento da presente solução da autoria do Governo Regional da Madeira".
A mobilidade, acusa, é um tema em que "os socialistas revelam não ter nada de novo para futuro" e dá como exemplo as posições dos candidatos à liderança do PS.
Pedro Nuno Santos diz que "a mobilidade dos madeirenses custa anualmente 50 milhões de euros aos cofres da República, como se de um favor se tratasse" e revela "não só uma postura centralista, como também de desconhecimento das necessidades básicas da população insular".
Já José Luís Carneiro "diz ter uma nova proposta para o modelo de mobilidade para as Regiões Autónomas. Pena é que não só não apresente nenhuma ideia, como também não consta nenhuma linha sobre o assunto na sua moção de estratégia global".
Bruno Melim pede aos madeirenses que compreendam que o horizonte de esperança na resolução dos seus problemas "não se faz com gente que, em 22 dos últimos 27 anos, nada solucionou em benefício da Madeira, dos seus jovens e da sua prosperidade".