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"Que a Black Friday não seja uma sexta-feira negra"

Alerta da APSI - Associação para a Promoção da Segurança Infantil, que tem iniciativa dirigida às crianças do 1.º e 2.º ciclos

Foto Nelson Antoine / Shutterstock.com
Foto Nelson Antoine / Shutterstock.com

"Sabe-se que 30% dos europeus adquirem produtos falsificados, sem qualquer preocupação e se olharmos para uma franja da população mais centrada nos adolescentes e jovens adultos essa percentagem ascende aos 50%", salienta a APSI - Associação para a Promoção da Segurança Infantil, que tem iniciativa dirigida às crianças do 1.º e 2.º ciclos, e que tem como lema "Que a Black Friday não seja uma sexta-feira negra".

Citando a EUIPO – Instituto da Propriedade Intelectual da União Europeia, salientam que "97% dos produtos contrafeitos perigosos apresentam risco elevado para a saúde (acidentes fatais ou danos irreversíveis), com a agravante que em quase um quarto (25%) desses produtos há mais do que um único risco", além de que "80% desses produtos são artigos para crianças".

Por essa razão, "a APSI acredita que quanto mais cedo se der início à sensibilização e se alertarem os mais novos para os perigos da contrafação, menos acidentes ocorrerão com estes produtos. E porque a prevenção é sempre a melhor arma que temos para nos defendermos (e a menos custosa a todos os níveis), aliámo-nos ao Instituto Espanhol, AIJU, no projeto 'Safe or Fake? From school to university', apoiado pelo EUIPO, e que pretende, em Portugal, levar, a crianças de 1.º e 2.º ciclos, recursos adaptados às suas idades que as estimulem para esta realidade, o mais cedo possível", almeja.

Assim, garante, "estes recursos poderão ser disponibilizados, mediante manifestação de interesse, não apenas às escolas com os níveis de ensino mencionados como a professores e/ou alunos de ensino superior da área da educação e da pedagogia que pretendam aprender mais sobre como despertar as crianças para estes temas: não esquecer que as crianças também são consumidores e têm um poder de influência muito significativo nas compras da família", incentivam.

Ora, "com a crise económica que se atravessa e com o Natal já no horizonte da maioria das famílias — nomeadamente, famílias com crianças — sabemos que a procura pelos melhores preços será, mais que uma realidade, uma absoluta necessidade" e, desse modo, apontam: "Não nos iludamos: a procura e a decisão de compra vai recair sobre o mais barato, independentemente, muitas vezes, da qualidade e da segurança do que se vai adquirir."

Refere ainda a APSI que "como base de reflexão para o período que se avizinha relembramos que há tendência a pensarmos que se um produto para bebés ou crianças está à venda é porque é seguro e, regra geral, isso é verdade se for adquirido em lojas e sites de confiança, por exemplo, em lojas especializadas e nos sites das respetivas marcas", ainda que "o mesmo não pode ser afirmado se a compra for feita numa loja on-line fraudulenta que consegue fugir à sua responsabilidade, sobretudo no que respeita à segurança do que está a vender: quem lhes produz os artigos não realiza testes obrigatórios e inclusive pode comercializar produtos que, por serem considerados perigosos pelas autoridades competentes, tenham sido retirados do mercado".

Desta forma, "antes de tomarmos uma decisão, colocarmos duas questões simples pode evitar problemas: Quem e Onde?

Quem é o vendedor?

  • Loja da marca ou vendedor autorizado?
  • Loja on-line de uma cadeia de lojas conhecida em Portugal?
  • Site de uma marca conhecida ou de um representante oficial?
  • Fabricante de um produto de marca?
  • Uma empresa de que nunca ouviu falar?

Mais: "Nem tudo o que é anunciado em plataformas on-line é vendido pelas mesmas e, estas nem sempre garantem a conformidade e genuinidade dos produtos publicitados. Pensemos neste tipo de vendedor como se estivéssemos num mercado ou feira de rua ao invés de num supermercado ou numa loja de comércio tradicional."

Onde está localizado o vendedor?

  • Está em Portugal?
  • Está na Europa?
  • Está no estrangeiro, onde os direitos dos consumidores e os requisitos de segurança exigidos na Europa podem não se aplicar?

Perante estas questões e com a resposta, acredita a APSI, "já se despistam muitos problemas e impedem-se acidentes, nomeadamente, com os mais pequenos a quem queremos levar informação fidedigna que prepare as gerações mais novas para tomadas de decisão conscientes e respeitadoras da sua saúde, mas também do ambiente, do comércio justo contribuindo para uma sociedade melhor no seu todo", conclui.