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Itália quer luso-venezuelanos envolvidos no combate à violência contra a mulher

Foto Seventov / Shutterstock.com
Foto Seventov / Shutterstock.com

As autoridades italianas apelaram aos portugueses e luso-venezuelanos radicados na Venezuela que se envolvam ativamente no combate à violência contra a mulher num país onde, segundo dados não oficiais, se registaram 184 feminicídios nos primeiros oito meses de 2023.

"O mundo precisa proteger as nossas mulheres. A mensagem para a comunidade portuguesa é que temos de lutar contra a violência baseada no género, com o objetivo de a erradicar da face da terra, porque as nossas filhas, mães e avós são a base fundamental da sociedade, da família", disse o conselheiro-geral dos Italianos no Estrangeiro.

António Lachini falava à Agência Lusa em Caracas, no âmbito de um debate promovido pelo Conselho-geral de Italianos no Estrangeiro, sobre a eliminação da violência contra a Mulher.

"É por isso que devemos divulgar até aqueles pequenos pormenores que geram a violência, para erradicar da face da terra a violência contra as mulheres", disse, frisando que apesar de a comunidade europeia estar a fazer um trabalho excecional em prol das mulheres, a violência "é um acontecimento mundial".

Por outro lado, explicou que nos últimos anos tem havido grandes mudanças nesse sentido e insistiu que é importante fazer campanhas, não apenas através das redes sociais, mas também com peças de teatro, eventos culturais e musicais, gerar laços de amizade e integrar homens e mulheres no bem comum.

O conselheiro apelou ainda ao envolvimento dos homens nestas campanhas.

Por outro lado, o cônsul-geral de Itália em Caracas, Nicola Occhipinti, defendeu que é preciso acabar com a violência de género, que "deriva de séculos e séculos de cultura patriarcal e machista".

"Durante um período muito longo os homens consideravam o género feminino como apto apenas para ficar em casa, para cuidar das crianças e praticamente sem direito a falar. Após décadas de luta, em várias partes do mundo, as mulheres conseguiram finalmente obter direitos iguais a nível jurídico", referiu.

O diplomata frisou ainda que mudar a mentalidade das pessoas "é uma árdua tarefa" que tem de começar nas escolas, "que cada menino aprenda que as meninas têm o mesmo direito e que o sentimento de amor só existe quando se deseja a felicidade para o outro".

À comunidade portuguesa local, recordou que "não há fronteiras na campanha contra a violência de género".

Segundo dados da ONG Centro de Justiça e Paz (Cepaz), entre janeiro e agosto de 2023 registaram-se 184 feminicídios consumados na Venezuela e outros 100 na forma tentada.