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Madeira

PS desafia Governo Regional a investir em habitação os 150 milhões previstos para a Pontinha

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O presidente do Grupo Parlamentar do PS desafiou, hoje, o Governo Regional a aplicar os 150 milhões de euros que o Executivo pretendia gastar no prolongamento do molhe da Pontinha na construção de mais casas a custos controlados, contribuindo para resolver as grandes dificuldades sentidas pelos madeirenses no acesso à habitação.

Em conferência de imprensa realizada esta manhã em frente ao porto do Funchal, Victor Freitas lembrou o facto de, ao longo dos últimos quatro anos, o PS ter vindo a insistir que o aumento da Pontinha não era uma prioridade, sendo sempre contrariado pelo PSD e pelo Governo, que pretendiam gastar 150 milhões de euros nesta obra.

“Isto foi só até ao dia 24 de Setembro. Felizmente, o PSD mudou de ideias e veio ao encontro daquilo que o PS tem proposto, que é dar prioridade a outras matérias e não ao prolongamento da Pontinha”, constatou o deputado socialista, defendendo que estas verbas sejam usadas para construir mais habitação e, assim, ajudar a resolver o grave problema existente na Região a este nível.

Victor Freitas deu conta que, com a especulação imobiliária, o preço das casas tornou-se incomportável, já que os estudos mostram que é necessário ter um rendimento de 3.500 euros para poder comprar uma habitação na Madeira.

“A classe média não tem recursos financeiros para comprar casa”, alertou, lembrando também as cerca de 5.000 famílias em lista de espera para apoios habitacionais, conforme comprovou o próprio presidente da Investimentos Habitacionais da Madeira.

O dirigente socialista apontou o facto de, ao abrigo do Plano de Recuperação e Resiliência, serem investidos nos próximos anos 126 milhões de euros para construção de cerca de 800 casas, mas considerou que isso é pouco para a procura existente.

Como referiu, os 150 milhões de euros que seriam destinados ao aumento da Pontinha seriam suficientes para mais quase 1.000 fogos habitacionais, pelo que deixou o desafio ao Governo do PSD-CDS/PAN para que aplique este montante na “construção de habitação para a classe média, lançando habitação no mercado, diminuindo a procura e fazendo baixar os preços”.

Por outro lado, Victor Freitas adiantou que, este ano, até ao final de Setembro, a Região cobrou mais 149 milhões de euros em impostos, uma receita fiscal “muito superior àquela que tinha previsto”.

Como afirmou, “esse dinheiro também deve ser alocado à habitação, porque a Madeira precisa, de facto, de ter novas casas a baixo custo, para que isso influencie o mercado e as pessoas possam ir à banca e adquirir casas por via do arrefecimento do mercado imobiliário”. “Se continuarmos desta forma, nenhum jovem casal, nenhum madeirense da classe média consegue, pelos seus próprios meios, ter acesso à habitação”, disse, advertindo que “este problema tem de ser resolvido rapidamente”.