Centro direita, centro esquerda e ignorância

Na ressaca pós-eleitoral alguns/algumas cronistas deste diário pertencentes à área do PS, na tentativa de disfarçar o fracasso eleitoral do seu partido criticam a solução encontrada pelo líder da coligação PSD/CDS para conseguir uma maioria parlamentar com o PAN que lhe permita governar. Vai daí recorrem aos argumentos mais caricatos como o PAN ser de centro-esquerda e segundo esses/as ilustres cronistas só poder fazer acordos com o PS, ignorando que já houve uma coligação entre o PS (centro-esquerda) e o PSD (centro-direita) para um governo (Bloco Central) chefiado por Mário Soares, e que apesar de nessa época as ideologias serem levadas mais a sério, foi capaz de colocar o interesse de Portugal e dos portugueses à frente dos respetivos interesses partidários.

Já um ilustre deputado da mesma área política não se coibiu de acusar a “troika laranja” de “falsas promessas” mesmo antes de o novo governo entrar em funções, esquecendo-se que uma das principais causas senão a principal para a derrota eleitoral do PS-M foi os madeirenses e os porto-santenses não acreditarem nas suas promessas políticas fruto das inúmeras mentiras e promessas falhadas (Saúde, Educação, Habitação etc.) nos últimos 8 anos de governação do PS na República.

Outro argumento absurdo para não dizer ridículo que mostra bem o populismo bacoco de alguns socialistas é afirmar que as causas ambientais “são mais de esquerda do que direita” como se a defesa do Ambiente e do Planeta pudesse ser reduzida a uma trica de política partidária e não fosse uma causa de toda a humanidade e da sua própria sobrevivência. Mais à esquerda nomeadamente no círculo do BE questiona-se a “coerência” do PAN pelo acordo com a coligação PSD/CDS, perguntando se o “PAN passou a ser de centro-direita”. Perante tal questão cabe perguntar se a coligação PS/BE/PCP (Geringonça) teve como consequência o PS passar a ser de extrema esquerda e BE e PCP passarem a ser de centro esquerda.

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