Um atestado ao líder do Chega

Tenho muita pena que os madeirenses não tenham tido a oportunidade de ler as reportagens que a revista Sábado e o jornal Público escreveram sobre o cabeça de lista do Chega nas eleições regionais da Madeira, ainda antes do acto eleitoral.

Para os mais distraídos, Miguel Castro, que tem dito tanto mal do Governo Regional, do PSD e, também, da Oposição, que se autointitula de “salvador da Pátria”, andou a fazer campanha por André Ventura enquanto esteve de baixa.

Fiquei a saber que o candidato é vigilante da natureza no Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas e que ao longo dos últimos dois anos meteu atestado durante quatro longos períodos, o que não deixa de ser estranho.

Não me compete a mim julgar a vida e as atitudes de Miguel Castro, no entanto, para quem tenta passar uma imagem de impoluto, que diz que é preciso combater a corrupção e por aí adiante, estar de baixa e andar na rua como se nada fosse é no mínimo estranho.

Costuma-se dizer que à mulher de César não basta ser honesta, deve parecer honesta, por isso estarei atento à postura do novo deputado da Assembleia, na eventualidade de se voltar a magoar e ter de meter novo atestado e, dessa forma, ter de viver do rendimento dos contribuintes madeirenses.

Não estou com isto a dizer que Miguel Castro foi desonesto, que se aproveitou do sistema de saúde regional para fazer política. Só acho tudo isto muito estranho. E tenho esse direito, porque vivemos em democracia, algo que o Chega, por vezes, não parece entender.

Emanuel Basílio