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Bispos católicos condenam invasão das instituições de poder

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Foto EPA/ANDRE BORGES

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) condenou hoje a invasão no domingo por milhares de 'bolsonaristas' das sedes da Presidência, Congresso e Supremo Tribunal de Justiça brasileiros, apelando à proteção da democracia "com o peso da lei".

"A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), perplexa com os graves e violentos acontecimentos de Brasília, faz um apelo à serenidade, à paz e à cessação imediata dos ataques criminosos ao Estado democrático de direito", afirmam os bispos católicos do país através das redes sociais.

"Esses ataques devem ser interrompidos imediatamente e os seus organizadores e participantes devem ser responsabilizados com todo o peso da lei. Os cidadãos e a democracia devem ser protegidos", acrescentaram.

Também o arcebispo de São Paulo, cardeal Odilo Scherer, condenou os acontecimentos, considerando que o que aconteceu na tarde de domingo em Brasília "é inaceitável".

"Isto não tem cabimento na convivência democrática. Temos de acalmar os nossos ânimos. Quem quer ser respeitado deve respeitar", afirmou o cardeal na sua conta na rede social Twitter.

Milhares de apoiantes do ex-Presidente brasileiro Jair Bolsonaro invadiram e vandalizaram no domingo a sede do Congresso Nacional e sucessivamente o Palácio do Planalto, sede do Governo, e o edifício do Supremo Tribunal Federal, na capital brasileira.

Os manifestantes avançaram e furaram as barreiras montadas pela polícia, e imagens dos invasores dentro do salão verde do Congresso, dentro e fora do Palácio do Planalto e do STF, foram divulgadas nas redes sociais.

Os radicais, que não reconhecem o resultado das eleições presidenciais de 30 de outubro, nas quais Lula derrotou Bolsonaro por margem estreita, pediram uma intervenção militar para derrubar o Presidente brasileiro.

A polícia brasileira começou por usar gás lacrimogéneo para tentar, sem sucesso, travar os manifestantes, mas em seguida a Polícia Militar conseguiu recuperar as três instituições e desocupar totalmente a Praça dos Três Poderes, numa operação que resultou em pelo menos 300 detenções.

A invasão, condenada de imediato pela comunidade internacional, começou depois de militantes da extrema-direita brasileira - apoiantes do anterior presidente - terem convocado um protesto para a Esplanada dos Ministérios, em Brasília.