A Guerra Mundo

Reino Unido alerta que cessar-fogo russo não contribui para a paz

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Foto EPA

O anúncio da Rússia de um cessar-fogo na Ucrânia, durante o Natal ortodoxo, "não fará nada para promover as perspetivas de paz", referiu hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, James Cleverly.

"A Rússia deve retirar permanentemente as suas forças, renunciar ao controlo ilegal do território ucraniano e acabar com seus bárbaros ataques a civis inocentes", destacou o chefe da diplomacia britânica, numa nota divulgada na rede social Twitter.

As tropas russas a combater na Ucrânia observarão um cessar-fogo de 36 horas entre o meio-dia de 06 de janeiro e a meia-noite de 07, decretou hoje o Presidente Vladimir Putin.

Um conselheiro do Presidente ucraniano qualificou de "hipocrisia" o anúncio de um cessar-fogo russo na Ucrânia por ocasião do Natal ortodoxo, e apelou às tropas russas para abandonarem o país.

Já o Presidente dos EUA, Joe Biden, disse hoje que o seu homólogo russo, Vladimir Putin, está a tentar "ganhar fôlego", com o anúncio de um cessar-fogo na Ucrânia, enquanto a chefe da diplomacia alemã, Annalena Baerbock, desvalorizou a medida de Moscovo, afirmando que não trará "nem liberdade nem segurança às pessoas que vivem diariamente com medo sob ocupação russa".

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,9 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia -- foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.919 civis mortos e 11.075 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.