A Guerra Mundo

Brasil não tem interesse em ceder munições para guerra

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Foto EPA

O Presidente brasileiro, Lula da Silva, afirmou hoje, perante o chanceler alemão, que o Brasil não tem qualquer interesse em ceder munições à Ucrânia.

A Alemanha pediu ao Brasil que fornecesse munição de tanques para que Berlim as enviasse à Ucrânia. Esse pedido foi categoricamente negado.

"O Brasil não tem interesse em passar as munições para que elas sejam utilizadas na guerra", afirmou Lula da Silva, durante uma conferência de imprensa no Palácio do Planalto, ao lado do chanceler alemão, Olaf Scholz, o primeiro líder estrangeiro a fazer uma visita oficial ao país desde que o antigo sindicalista regressou ao poder.

"O Brasil é um país de paz", frisou Lula da Silva e, por isso, "não quer ter qualquer participação mesmo que indireta" nesta guerra.

"Até agora a palavra paz é muito pouco utilizada", disse, afirmando que "quando um não quer, dois não brigam", referindo-se ao Presidente da Rússia, Vladimir Putin, e ao Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.

Lula da Silva, questionado sobre as suas declarações no ano passado, à revista Times, onde disse que Zelensky era tão culpado como Putin, frisou agora que hoje tem mais clareza.

"Rússia cometeu um erro crasso ao invadir território da Ucrânia", disse.

Contudo, disse, "a razão precisa ficar mais clara", se foi culpa da NATO, se foi porque a Ucrânia queria entrar na União Europeia.

Lula da Silva comparou ainda esta guerra com a do Iraque que aconteceu "por conta de uma mentira"

"Saddam não tinha arma nenhuma e o Bush sabia que não tinha arma nenhuma", disse.

O Presidente brasileiro disse ainda que vai propor uma espécie de G20 para resolver a guerra, dizendo ainda que  Brasil, China, Índia e Indonésia podem ter um papel importante rumo à paz, até porque os interlocutores atuais "também não têm mais nada para criar"

Lula da Silva disse Já falou com o Presidente francês sobre o assunto e que vai falar com Joe Biden, quando for aos EUA em 10 de fevereiro e com o Presidente chinês quando for em março a Pequim.

"Nossos amigos chineses têm um papel muito importante", frisou. 

"Está na hora da China colocar a mão na massa", disse.

Por outro lado, o chanceler alemão prosseguiu com o alinhamento ocidental e disse que "a Rússia não pode continuar como até aqui, deve entender que fracassou".