Madeira

Madeira com 26% é a região portuguesa com maior risco de pobreza

Continua a ser mais elevado nas regiões autónomas, com Açores a ter o maior aumento entre 2020 e 2021

Foto Miguel Espada/Aspress/Arquivo
Foto Miguel Espada/Aspress/Arquivo

"Em 2021, considerando o limiar de pobreza nacional, o risco de pobreza diminuiu nas regiões Norte, Centro, Área Metropolitana de Lisboa e Alentejo e aumentou na região do Algarve (mais 0,5 p.p.) e nas regiões autónomas (mais 3,2 p.p. na Região Autónoma dos Açores e mais 1,7 p.p.na Região Autónoma da Madeira)", informa o INE esta manhã sobre as conclusões do ICOR - Inquérito às Condições de Vida e Rendimentos.

Apesar de estar em segundo nesta evolução anual, a Madeira mantém o primeiro posto deste ranking indesejado. Isto porque "enquanto a taxa de risco de pobreza na Área Metropolitana de Lisboa era substancialmente inferior ao valor nacional - 10,4%, ou seja, menos 6,0 p.p. do que a taxa de risco de pobreza nacional (16,4%) -, o Algarve e as regiões autónomas dos Açores e da Madeira registavam taxas de risco de pobreza de 22,1%, 25,1% e 25,9%, respetivamente, bastante superiores ao valor nacional", denotando-se a redução da diferença entre os dois arquipélagos, mas afastando-se 8,7 pontos percentuais e 9,5 pontos percentuais, respectivamente para os açorianos e madeirenses.

Refira-se que a Madeira já liderava o ranking em 2020, com 24,2% da sua população em risco de pobreza.

Contudo, diz o INE, "esta análise pode ser completada pelo cálculo de linhas de pobreza regionais. Em cada região NUTS II, a linha de pobreza regional corresponde à proporção de habitantes nessa região que vivem com rendimentos monetários disponíveis equivalentes inferiores a 60% da mediana da distribuição dos rendimentos monetários disponíveis equivalentes dessa mesma região", explica.

Assim, "a utilização de linhas de pobreza regionais resulta no aumento do risco de pobreza para as regiões com rendimento mediano superior ao rendimento mediano nacional (15,7%, na Área Metropolitana de Lisboa) e na redução dos riscos de pobreza para as restantes (muito expressiva; por exemplo, na Região Autónoma da Madeira, de 25,9%, com base na linha nacional, para 17,6%, com base na linha regional)", salienta.

"Com excepção da Área Metropolitana de Lisboa, os limiares de pobreza regionais encontram-se abaixo do limiar de pobreza nacional, refletindo as diferentes condições socioeconómicas e diferentes níveis de custo de vida", acrescenta.

Ainda assim, apesar do maior risco de pobreza, o índice de desigualdade era maior nos Açores do que na Madeira, embora tenhamos passado da terceira com percentagem mais baixa para a segunda com maior percentagem.

"Por região, verifica-se que a Região Autónoma dos Açores era aquela com maior desigualdade (Coeficiente de Gini): 34,8%, valor superior à média nacional (32,0%)", enquanto que na Madeira passou de 31,1% em 2020 para 32,4% em 2021.

"Em 2021, à semelhança de 2020, a região do Alentejo era a que tinha uma distribuição dos rendimentos menos desigual (30,8%). A desigualdade diminuiu nas regiões Norte, Centro e Área Metropolitana de Lisboa, manteve-se na região do Alentejo e aumentou na região do Algarve, na Região Autónoma dos Açores e na Região Autónoma da Madeira", que em 2020 estava quase a par de Algarve e Alentejo, ultrapassando no ano seguinte todas as regiões continentais e só não escalou ao primeiro lugar porque os Açores aumentou mais ainda a desigualdade.