A Guerra Mundo

UNESCO forma polícias para combater tráfico de arte ucraniana

None

A UNESCO está a treinar autoridades judiciais e da polícia dos países na fronteira ocidental da Ucrânia para impedir o tráfico de obras culturais roubadas em território ucraniano, no contexto da invasão russa em 24 de fevereiro.

A Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura fez uma parceria com o Ministério da Cultura da Polónia para realizar esta semana, em Varsóvia, três dias de curso para autoridades polacas, húngaras, eslovacas, romenas e moldovas. Representantes da Ucrânia estarão presentes neste curso organizado pela agência da ONU, que começou na quarta-feira.

O objetivo é que os responsáveis destes países possam identificar e impedir que qualquer obra cultural saqueada na Ucrânia cruze as suas fronteiras.

Krista Pikkat, diretora de cultura e emergências da UNESCO, disse que mais de 230 locais culturais foram danificados ou destruídos na Ucrânia desde que a Rússia invadiu o país.

A responsável da agência da ONU disse que a UNESCO está a trabalhar para documentar obras culturais perdidas, nomeadamente as que estavam em museus e sítios arqueológicos.

Outra prioridade da agência é garantir que o público em geral esteja ciente que as obras culturais ucranianas saqueadas podem acabar nos mercados de arte da Europa, alertando aos compradores que tenham mais cuidado.

Pikkat descreveu a Polónia como um forte parceiro da UNESCO na proteção do património cultural em situações de conflito, porque aprendeu muitas lições com as suas próprias experiências.

A Polónia sofreu saques em massa do seu património cultural durante a II Guerra Mundial, quando foi invadida e ocupada pela Alemanha nazi e pela União Soviética.

Ainda está a trabalhar para recuperar pinturas, livros e outras obras culturais saqueadas. Estas obras ainda são colocadas à venda em leilões e na internet oito décadas depois de terem sido roubadas.

"A Polónia é realmente um país na vanguarda deste trabalho", afirmou Pikkat.

Katarzyna Zalasinska, diretora do Instituto Nacional do Património Cultural polaco, observou que a Polónia perdeu pelo menos 500.000 obras de arte durante a II Guerra Mundial.