Crónicas

2023 o ano de Miguel Albuquerque

Principais desafios: perda de população, falta de dinheiro, grandes obras, custos de insularidade interna e ferry. No plano político o PSD precisa ganhar as eleições e recuperar a presidência da ALM

Os anos nunca são fáceis. Todos carregam uma expectativa de dificuldades que, umas sim outras não, se confirmam ao longo dos meses. Este que acabou de chegar não foge à regra. Tem má previsão mas todos esperam que acabe bem. Até pela crueldade dos últimos anos.

É ano de eleições regionais, cruciais para o nosso andamento autonómico. O PSD, concorrer em coligação, é por si só uma novidade e estreia. Julgo que o PSD ganha, mesmo sem a insignificância centrista. Hoje não é no CDS que se revê a direita madeirense. Há renovadas opções de oposição à direita. Quer se queira quer não. Eles próprios, CDS, abominam a hipótese de serem contados, tal a nulidade de votos que hoje representam. Próximo do nada.

Alguém votaria no CDS para apoiar Miguel Albuquerque ? E para se opor ?

Num contexto eleitoral há temas que têm a ver com o nosso futuro, já que não influenciamos a guerra nem podemos manietar a inflação. No entanto, podemos amenizar o sofrimento colectivo administrando bem a coisa pública. É tempo de tratar do que é verdadeiramente importante.

Desde logo, suster a perda de população, é desafio inadiável. Precisamos dimensão humana para justificar infra-estruturas e serviços mínimos de qualidade. Para sermos “gente que se veja”. Somos cada vez menos madeirenses e cada vez mais estrangeiros. Há que igualar a esperança de vida com a do Continente. Viver menos dois anos que os continentais é injusto.

Definir uma política de receitas financeiras, leiam-se fiscais, agora que o ministro das finanças abriu portas, via lei das finanças regionais, a um regime fiscal próprio. É oportunidade histórica a não perder: ter fiscalidade, pela primeira vez, adequada à nossa realidade.

Agora que está em construção o desejado hospital e decidida a construção do túnel que atravessa o Funchal, será necessário coragem para decidir ampliar a “pontinha” sem considerar a hipótese de construir uma complementar pista aeroportuária. Desconfio que não há fundos europeus para as duas despesas. Era bom conhecer estudo comparativo como oportunidade para o nosso desenvolvimento. Juntamente com a carência de um ferry entre a Madeira e o Continente.

É justo acabar com os fretes marítimos, entre a Madeira e o Porto Santo, para a produção regional. Já é assim nos Açores e nas Canárias. É como se houvesse estrada.

Evitar a descida do Marítimo será desafio ambicioso para o primeiro semestre. A Madeira tem de estar na 1ª Liga do futebol português. Na ausência do Nacional nem que seja com clube único. Já assistimos à queda de estatuto do Rali Vinho Madeira. Já perdemos o Open Europeu da Madeira em golfe. Vamos perdendo toda a projeção internacional. Resta-nos a figura de Cristiano Ronaldo e oxalá o seu estatuto seja eterno. O que vai aparecendo por aqui de desporto internacional são eventos que não estão no mapa mundial. Pobreza “franciscana” e puras invenções para gastar dinheiro.

2023 será ano de disputa eleitoral. A mais importante de todas elas. A democracia no seu apelo à responsabilidade individual e colectiva dos madeirenses.

Tudo leva crer que seja um ano vitorioso para Miguel Albuquerque. Só com PSD ou com coligação. Merecido por toda a sua capacidade de trabalho e empenho. Revelou-se um bom político, também agora com intervenção no PSD nacional. Um ano que exige muito trabalho.

Presidência da Assembleia Legislativa

O deputado social-democrata Carlos Rodrigues foi de um acerto implacável ao afirmar que, para o PSD, “a presidência da Assembleia é inegociável”. Uma coisa simples que parece só não ver quem tem de decidir. Eu próprio e Pedro Coelho já tínhamos “remado” no mesmo sentido.

Não pode haver no PSD quem admita ser aceitável esta situação chantagista que colocou José Manuel Rodrigues na principal cadeira da Assembleia Legislativa. Um abuso pessoal que não tem perdão.

Não é negociável o CDS ficar com o primeiro lugar da hierarquia autonómica e o PSD com o segundo lugar.

O CDS, eleitoralmente, não vale nada. Sobrevive porque alguém entendeu lhe dar importância e aceitou ceder a chantagem da mais baixa política.

E, ao entrar em lista conjunta, prepara-se para repetir a ameaça. Para votar numa lista nessa condição exige esclarecimento prévio das duas partes. Um compromisso pré-eleitoral que dê garantias aos eleitores do que pressupõe ser a coligação. É preciso conhecer a identidade dos principais protagonistas. E o posto de cada um.

O PSD tem História, firme na luta pela autonomia e desenvolvimento. Fez a sua catarse e renovou-se como partido e na sua postura democrática. O CDS arrasta-se desde os tempos de combate ao esforço de Alberto João Jardim pela Madeira. São os mesmos que combateram o PSD agora no assalto aos principais postos da autonomia. É o salve-se quem puder na estrutura centrista. Desde o tempo da “outra senhora” que não emerge uma cara nova. Zero !

Fiquei a saber pelos jornais que o CDS está a fazer programa eleitoral que ”depois será INTEGRADO no programa da coligação”. Espero bem que isto seja mentira ! Não é a soma de dois programas !

Há um apelo de união, por parte de Miguel Albuquerque, relativamente à coligação. O povo social democrata fazer-lhe-à a vontade. Mas isso não implica aceitar, novamente, a humilhação de perder o principal posto da autonomia. Nem pensar. Pelo menos para muitos que têm espírito ético, moral e democrático. Não vale tudo e o mais importante é que a parte fraca não é o PSD mas sim, ao contrário, o CDS.

É o CDS que deve aceitar a óbvia proporção eleitoral ou o PSD que deve ceder a nova humilhação contratual ?

Albuquerque já vai dizendo que a presidência da Assembleia Legislativa será para indicar depois das eleições. É preciso que acrescente que será um social democrata. E que o acordo eleitoral deixe isso bem claro.

Então sim, estará unido o PSD à volta da coligação nas eleições de 2023.

E não há chantagista que sobreviva a esta máxima política.

Circo na Assembleia

José Manuel Rodrigues devia convidar o circo a visitar a Assembleia Legislativa da Madeira. Era uma forma de atrair a atenção das criancinhas, sector etário que não tem merecido grande entusiasmo do presidente da Assembleia. Tudo pela sua obsessão de promoção pessoal à custa do nosso dinheiro. É fácil gastar dinheiro público. E há quem autorize. O que ali se passa não se vê em parlamento algum do mundo.

Sampaio versus Marcelo

Por muito menos, Jorge Sampaio demitiu Pedro Santana Lopes. O actual presidente quer é falar de tudo sem fazer nada ! E viajar, seja lá qual for o pretexto: futebol, acto de posse e funeral. Ou seja, Ásia, América do Sul e Europa.

Pedro Nuno Santos

Acho incrível que este delfim de António Costa continue a ser considerado como tal, pela comunicação social de esquerda, mesmo depois de ter dito que a solução para Portugal era não pagar as suas dívidas para com os bancos alemães. Se ele chegar a primeiro-ministro, num país onde tudo pode acontecer, porventura perdoa à Madeira os mais de cinco mil milhões de dívida pública.

Um país de criminosos?

Impressiona a quantidade de notícias sobre crimes, truques, golpadas e outros expedientes ilegais ou destituídos de qualquer sentido ético protagonizados na vida pública e privada portuguesa. A corrupção parece generalizada.

Alberto João Jardim

Faz 80 anos o nosso Herói da Autonomia. Longa vida ao Chefe !

Fogo de artifício

O fogo é sempre bonito e emocionante. Ponto final.

Canárias

Em 2022 (entre Janeiro e final de Setembro) 13.100 transações imobiliárias em Canárias foram realizadas por estrangeiros, num total de 24.500 operações. Mais de metade das compra/venda de habitações.

A nível de toda a Espanha, são 16% as aquisições de habitação por estrangeiros.