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Bolsonaro partilha e apaga mensagens que questionam sua derrota e justiça brasileira

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O ex-presidente do Brasil Jair Bolsonaro partilhou e apagou poucas horas depois um vídeo em que um homem identificado como Felipe Gimenez coloca em causa o sistema eleitoral brasileiro e a eleição do Presidente, Luiz Inácio Lula da Silva.

A mensagem publicada na rede social Facebook circulava no mesmo momento em que grupos de apoiantes de Bolsonaro convocavam novos atos em todas as cidades do país.

No vídeo, Gimenez ataca a segurança das urnas eletrónicas reforçando a tese que o próprio Bolsonaro sempre sustentou sobre fraude e há também as frases "Lula não foi eleito pelo povo" e "ele foi escolhido e eleito pelo STF [Supremo Tribunal Federal] e TSE [Tribunal Superior Eleitoral]", informação falsa já que a segurança do sistema eleitoral brasileiro foi atestada por vários órgãos brasileiros e internacionais.

A nova ofensiva de Bolsonaro para questionar as eleições ocorre dois dias após seus seguidores invadirem e destruírem os gabinetes da Presidência, do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF) e também no momento em que o Governo Lula da Silva detetou a possibilidade de manifestantes radicalizados estarem a convocar atos para hoje nas redes sociais.

Apoiantes do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro invadiram e vandalizaram no domingo as sedes do STF, do Congresso e do Palácio do Planalto, em Brasília, obrigando à intervenção policial para repor a ordem e suscitando a condenação da comunidade internacional.

A Polícia Militar conseguiu recuperar o controlo das sedes dos três poderes, numa operação de que resultaram cerca de 1.500 detidos.

A Polícia Federal brasileira informou que cerca de 600 pessoas presas acusadas de participarem dos atos antidemocráticos, na maioria idosos com mais de 65 anos, mulheres que têm filhos pequenos e pessoas com comorbidades graves, foram libertadas para responder em liberdade.

A invasão começou depois de militantes da extrema-direita brasileira apoiantes do anterior presidente, derrotado por Lula da Silva nas eleições de outubro passado, terem convocado um protesto para a Esplanada dos Ministérios.

Entretanto, o juiz do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes afastou o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, por 90 dias, considerando que tanto o governador como o ex-secretário de Segurança e antigo ministro da Justiça de Bolsonaro Anderson Torres terão atuado com negligência e omissão.

Torres é alvo de um pedido de prisão que ainda não foi cumprido por se encontrar em viagem aos Estados Unidos.