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Não basta mudar de ministros, quando falta tudo o resto…

O Governo de António Costa, tem-se revelado um governo esgotado, incapaz de apresentar as soluções, as políticas e as reformas que o país necessita.

Decorreram apenas cinco meses desde a maioria absoluta alcançada nas eleições legislativas nacionais e têm sido já inúmeros os casos e os episódios governamentais que revelam que falta tudo a este Governo.

Falta estratégia, visão, espírito reformador, boa gestão dos recursos públicos, coordenação política, mas sobretudo falta muito bom senso, para não falar na falta de vergonha constante deste Governo na forma como trata assuntos e áreas fundamentais para o país, como a saúde, a administração interna e os nossos recursos humanos.

E desta vez, não há desculpas, este Governo socialista está a ser vítima de si e da sua própria atuação e incompetência.

Não pode sequer tentar sacudir a água do capote e atribuir as culpas à oposição, ou aos antigos parceiros da gerigonça.

Primeiro, foi o episódio da nova localização do aeroporto de Lisboa e a desautorização de António Costa ao Ministro das Infraestruturas, recentemente as declarações da secretária de Estado da Administração Interna Patrícia Gaspar em relação aos incêndios e à área ardida, e da Ministra Maria Vieira da Silva em relação ao futuro da Serra da Estrela após os incêndios florestais.

Na altura em que escrevo este artigo é notícia a demissão da Ministra da Saúde Marta Temido. Uma demissão há muito aguardada e que peca por tardia, tal é o estado do caos e do desnorte em que deixa o SNS.

Foram precisas vítimas mortais, encerrar urgências obstetrícias um pouco por todo o continente, para que a Ministra se tivesse apercebido de que “não tinha condições para continuar”.

Desnorte que também atinge outras áreas da governação. Um pouco por todo o país é notória a falta de efetivos da polícia nas ruas, uma situação que tenho vindo a denunciar há vários anos e à qual o Governo central tem feito “ouvidos de mercador”.

Este verão vários autarcas desde o Porto, a Lisboa, e ao Funchal, pediram um reforço urgente do número de efetivos da PSP, tal é o crescente sentimento de insegurança da população, face ao aumento da ocorrência de furtos, tráfico de droga e de episódios de violência.

Uma realidade que é preocupante e que exige uma solução por parte do Governo de António Costa a quem incumbe a responsabilidade de zelar pela segurança e pelo bem-estar dos portugueses.

Faltam polícias, a carreira é mal paga e o envelhecimento do efetivo é enorme. Para que o défice de pessoal seja colmatado nos próximos tempos, terão de ser colocados no efetivo, pelo menos dois elementos por cada um que passe à pré-aposentação, uma situação que está longe de acontecer, já que as novas entradas anunciadas são manifestamente insuficientes para colmatar as saídas.

Da minha parte vou continuar a insistir e a reivindicar junto do Ministro da Administração Interna, o reforço policial, mais meios humanos e técnicos de combate à criminalidade urbana e ao tráfico de droga na nossa Região.

Precisamos de mais polícias nas ruas da nossa cidade e de restaurar o sentimento de segurança de outros tempos.

Não poderia terminar, sem falar de mais um exemplo bem revelador da inabilidade, do desnorte e da incapacidade governativa que é estrutural deste Governo: - a indefinição constante em torno do futuro do SEF – uma das bandeiras políticas socialistas.

Desde que efetuou o anúncio da extinção, o Governo da República já a adiou por três vezes. Foi dada como certa em janeiro do ano passado pelo anterior Ministro da Administração Interna Eduardo Cabrita, adiada para 12 de maio pelo atual Ministro José Luis Carneiro e agora novamente adiada para depois do final do verão.

Entretanto o SEF já perdeu mais de 300 funcionários, o serviço foi desmantelado, colocando em risco a segurança interna do nosso país, para além de comprometer a próxima avaliação Schengen, relativa à gestão integrada de fronteiras.

De que serviu mudar o Ministro da Administração Interna, se não se mudaram, entretanto, as políticas governativas, se não se efetuou o investimento necessário e se não se encontraram as soluções para os problemas estruturais do país?

Não basta mudar de Ministros, quando falta tudo o resto!