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Confiança dos consumidores estabiliza

Foto DR
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O indicador de confiança dos consumidores estabilizou em agosto, após ter subido no mês anterior, e o indicador de clima económico diminuiu, depois de ter aumentado em julho, divulgou ontem o Instituto Nacional de Estatística (INE).

Segundo resulta dos 'Inquéritos de Conjuntura às Empresas e aos Consumidores" do INE, "o indicador de confiança dos consumidores estabilizou em agosto, após ter aumentado no mês anterior, mantendo-se num patamar relativamente estável desde a queda abrupta registada em março, a segunda mais intensa da série, só superada pela de abril de 2020 no início da pandemia".

Quanto ao indicador de clima económico, "diminuiu em agosto, contrariando o aumento registado em julho, afastando-se do nível observado em fevereiro, em que atingiu o máximo desde março de 2019".

Segundo o INE, a estabilização do indicador de confiança dos consumidores no último mês "resultou do contributo negativo das expectativas relativas à evolução futura da realização de compras importantes por parte das famílias, que foi compensado pelo contributo positivo das restantes componentes: opiniões e expectativas relativas à situação financeira do agregado familiar e perspetivas sobre a evolução futura da situação económica do país".

O saldo das expectativas relativas à evolução futura da situação económica do país aumentou nos últimos dois meses, após ter diminuído em junho, e saldo das perspetivas relativas à evolução futura da situação financeira do agregado familiar aumentou em agosto, depois de ter diminuído nos dois meses anteriores.

Já o saldo das opiniões sobre a evolução passada dos preços estabilizou em agosto no valor máximo da série, "no seguimento da trajetória acentuadamente ascendente iniciada em março de 2021".

Por sua vez, o saldo das perspetivas relativas à evolução futura dos preços diminuiu nos últimos dois meses, retomando a trajetória descendente observada após ter registado em março o maior aumento e o maior valor da série iniciada em setembro de 1997.

De acordo com o INE, "os indicadores de confiança diminuíram no comércio, na indústria transformadora e na construção, de forma mais intensa no último caso, tendo-se verificado um aumento no indicador dos serviços".

Na indústria transformadora, a confiança diminuiu em julho e, "de forma mais intensa", em agosto, recuando para um nível próximo do observado em abril de 2021, refletindo o contributo negativo de todas as componentes, apreciações relativas aos 'stocks' de produtos acabados, opiniões sobre a evolução da procura global e perspetivas de produção, sobretudo no último caso.

"O indicador de confiança diminuiu nos agrupamentos de bens de consumo e de bens intermédios, tendo aumentado no agrupamento de bens de investimento", detalha o INE.

O saldo das apreciações sobre a procura global na indústria transformadora diminuiu em agosto, após ter estabilizado em junho e julho, com as opiniões relativas à procura interna, a deteriorarem-se em agosto, contrariando a recuperação verificada em julho.

Já as apreciações relativas à procura externa, considerando as empresas com produção orientada para o mercado externo, recuperaram ligeiramente em julho e agosto, após a estabilização verificada em junho.

Por seu turno, o indicador de confiança da construção e obras públicas "diminuiu em agosto, retomando o movimento descendente iniciado em fevereiro", refletindo o contributo negativo das duas componentes: apreciações sobre a carteira de encomendas e perspetivas de emprego, "mais intenso no último caso".

No setor do comércio, o indicador de confiança diminuiu em julho e agosto, em resultado do contributo negativo das opiniões sobre o volume de vendas e das perspetivas de atividade da empresa, tendo as apreciações sobre o volume de 'stocks' contribuído positivamente.

Em agosto, o indicador de confiança diminuiu no comércio por grosso e aumentou no comércio a retalho.

Quanto ao indicador de confiança nos serviços, aumentou em agosto, após ter diminuído no mês precedente.

O INE explica que "o comportamento do indicador resultou do contributo positivo das opiniões sobre a evolução da carteira de encomendas e das perspetivas relativas à evolução da procura, tendo as apreciações sobre a atividade da empresa contribuído negativamente".