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EUA "preparados" para resposta da China à visita de Nancy Pelosi

Coordenador de comunicações Conselho de Segurança Nacional, John Kirby
Coordenador de comunicações Conselho de Segurança Nacional, John Kirby

Os Estados Unidos estão "preparados" para uma resposta da China à visita a Taiwan da presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, que Pequim considerou uma atitude "extremamente perigosa", referiu hoje a Casa Branca.

O coordenador de comunicações Conselho de Segurança Nacional, John Kirby, assegurou em conferência de imprensa que os Estados Unidos não "procuram ou querem uma crise".

"Estamos preparados para gerir o que Pequim decidir fazer", apontou, citado pela agência Efe.

John Kirby assegurou que os alertas lançados por Pequim nas últimas horas estão "em linha" com o que os Estados Unidos tinham antecipado, e defendeu que "não há razão" para que o governo chinês use esta viagem como "pretexto para aumentar a sua atividade militar" na região.

O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional lembrou que os aviões militares chineses sobrevoaram o Estreito de Taiwan quando Pelosi se aproximou da ilha e antecipou que a China irá continuar a realizar manobras deste género nos próximos dias, mesmo após a visita a líder do Congresso norte-americano.

Perante a reação forte por parte de Pequim, Kirby reafirmou a posição dos norte-americanos, de que a viagem "é consistente" com a política de "uma só China" defendida pelos Estados Unidos desde 1979.

"Dissemos que nos opomos a qualquer mudança unilateral ao 'status quo' por ambos os lados. Também dissemos que não apoiamos a independência de Taiwan", sublinhou.

Kirby explicou que a viagem foi uma "decisão" de Pelosi, que representa um poder independente do Executivo, e que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, "respeita" sua vontade.

A líder do Congresso norte-americano aterrou cerca das 15:43 (hora de Lisboa) em Taiwan, visita que gerou críticas por parte de Pequim, considerado esta uma atitude "extremamente perigosa" dos Estados Unidos, anunciando também que vai efetuar exercícios navais militares a partir de quinta-feira.

"[A visita] é uma grave violação ao princípio de uma só China. [...] Tem um grande impacto nas relações políticas entre a China e os Estados Unidos e infringe gravemente a soberania e a integridade territorial da China, prejudicando gravemente a paz e a estabilidade em todo o estreito de Taiwan", lê-se no comunicado, que adianta que Pequim já apresentou "fortes protestos" contra os EUA.

Por outro lado, a Casa Branca considerou hoje "não existir qualquer violação ou problemas de soberania" com a visita da presidente da Câmara dos Representantes.

Já Nancy Pelosi considerou esta segunda-feira que a sua vista a Taiwan demonstra o "apoio incondicional" dos Estados Unidos à vibrante democracia em Taiwan", e asseguram que "não contradiz a política de longa data dos Estados Unidos", baseada em acordos estabelecidos com Taiwan e a China.