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China tem o direito de tomar medidas para proteger soberania, defende Rússia

Ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov
Ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov

A Rússia defendeu hoje que a China tem o direito de tomar as "medidas necessárias para proteger a sua soberania", classificando como "evidente provocação" a visita a Taiwan da presidente da câmara baixa do Congresso norte-americano, Nancy Pelosi.

"A parte chinesa tem o direito de tomar as medidas necessárias para proteger a sua soberania e a sua integridade territorial em relação ao problema de Taiwan", declarou o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) russo em comunicado.

"Consideramos que as relações entre as partes no estreito de Taiwan são um assunto exclusivamente interno da China", acrescentou, sublinhando que, para Moscovo, "existe só uma China e o Governo chinês é o único Governo legítimo que representa toda a China, e Taiwan é parte inalienável da China".

O MNE russo classificou a visita da líder democrata da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos a Taiwan como uma "evidente provocação" destinada a deter a China.

O exército chinês declarou que iria "lançar uma série de ações militares direcionadas em resposta" à visita de Pelosi.

"Exortamos Washington a abster-se de ações que minam a estabilidade regional e a segurança internacional e a reconhecer a nova realidade geopolítica, na qual já não há lugar para a hegemonia norte-americana", declarou o MNE russo.

Horas antes, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, tinha declarado que esta visita provocava um "aumento da tensão" na região e acusou Washington de escolher "a via do confronto".

"Queremos sublinhar mais uma vez que estamos absolutamente solidários com a China, a sua atitude perante o problema é compreensível e absolutamente justificada", declarou Peskov.

Por sua vez, a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, declarou: "Washington traz desestabilização ao mundo. Nenhum conflito resolvido nas últimas décadas, mas muitos conflitos provocados".

A braços com pesadas sanções económicas na sequência da sua intervenção militar na Ucrânia, a Rússia tem procurado aproximar-se da China.

Nancy Pelosi é a governante norte-americana mais importante a deslocar-se a Taiwan nos últimos 25 anos. Pequim fez saber que considerava a sua presença uma grande provocação.

A ofensiva russa na Ucrânia reforçou o medo de que Pequim cumpra as suas ameaças de anexar Taiwan.