O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, criticou esta segunda-feira a inação do seu antecessor, Donald Trump, durante a invasão do Capitólio, em 06 de janeiro de 2021, que classificou como um "inferno digno da Idade Média".

"Durante três horas, o especado ex-presidente dos Estados Unidos assistiu ao desenrolar dos acontecimentos, sentado no conforto da sua sala de jantar privada, perto do Sala Oval", atirou o democrata, à margem de uma conferência de chefes de polícia afro-americanos.

Para o atual chefe de Estado norte-americano, enquanto Trump assistia, os "valentes policias viviam um inferno digno da Idade Média (...) cobertos de sangue, cercados de carnificina e a enfrentar uma multidão enfurecida que acreditou nas mentiras do presidente derrotado".

"A polícia foi heroica naquele dia. Donald Trump não teve coragem para agir", salientou Joe Biden, apontando que não se pode "ser pró-insurgência e pró-polícia" ou "pró-insurgência e pró-democracia".

Estas críticas de Biden surgem depois das conclusões da comissão de investigação da Câmara dos Representantes, que realizou oito audiências públicas que apontaram que o republicano "falhou no seu dever de comandante-chefe" ao não intervir para parar a onda de violência contra o Congresso norte-americano.

O painel que investiga o ataque mortal, pretende transmitir uma mensagem consistente sobre Trump e as ações deste, durante e depois da invasão ao Capitólio, como as mentiras repetidas sobre fraude eleitoral generalizada, mesmo contra os conselhos dos assessores mais próximos.

Pretendem também demonstrar que o ex-presidente provocou as ações violentas protagonizadas pelos seus apoiantes e que, quando estes invadiram o Capitólio, não fez nada para detê-los.

Joe Biden, criticado pelos seus oponentes pela violência renovada no país, está a poucos meses das eleições intercalares cruciais, que podem levar o Partido Republicano a assumir a Câmara dos Representantes atualmente dominada pelos democratas.